Mão de obra qualificada é garantia de produtividade no campo

A falta de mão de obra e de profissionais qualificados para as atividades do campo são um dos maiores desafios para a produção de grãos em Mato Grosso. A escassez de pessoal qualificado impacta na produtividade e no lucro em todas as regiões do estado. Para mudar este quadro, a alternativa é, sem dúvida, a formação profissional rural.

homem-campoPara amenizar os impactos negativos da falta de mão de obra, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-MT) oferece, atualmente, 27 treinamentos na cadeia de sojicultora e milhocultura no estado. Os cursos são divididos em oito programas especiais: preparo do solo e plantio,pós-colheita e armazenamento, beneficiamento, gestão, saúde e segurança do trabalhador, processos, máquinas e tratos culturais. No site da Aprosoja, na aba “Serviços”, os interessados também poderão encontrar os cursos oferecidos.

A demanda de profissionais qualificados é grande e sobram muitas vagas no campo. A produção de grãos no estado precisa de trabalhadores capacitados, já que na colheita e plantio, por exemplo, os maquinários utilizados custam, geralmente, mais de R$ 1 milhão, o que exige conhecimento apurado do equipamento e de suas tecnologias. Atualmente, um operador de máquina chega ganhar R$ 3 mil por mês. “Mato Grosso é um estado em desenvolvimento, que necessita de capacitação profissional e o Senar-MT busca a cada dia atender essas demandas”, destacou o presidente do Sistema Famato, Rui Prado.

Edmar Nascimento de Oliveira, de Canarana, fez recentemente o curso de “Aplicação de agrotóxicos utilizando pulverizador autopropelido”. O trabalhador já está nesta atividade há alguns anos, e admite que o curso fez diferença no seu dia a dia. “Agora posso dizer que aprendi como se deve trabalhar com agrotóxicos. Antes trabalhava só com a experiência, mas me faltava a informação. Depois do curso percebi que a aplicação pode ser mais fácil, e o produto está até rendendo mais”, afirmou.

O técnico em segurança do trabalho da Fazenda Pirapó, Izaías Teodoro Brito, em Sorriso, também percebe no dia a dia os benefícios da capacitação aplicada aos funcionários. Constantemente, na sede da fazenda, são realizados cursos em parceria com o Senar. “Já foram aplicados cerca de dez cursos aqui. O funcionário entra leigo e não sabe muito como aproveitar melhor o equipamento ou produto manuseado. Os cursos vêm para tirar certos vícios que ele nem imaginava que tinha, porque na verdade tinha aprendido errado”, afirmou.

Circuito Tecnológico – O levantamento realizado pelo Circuito Tecnológico no ano passado referendou o problema com a mão de obra. Foram visitadas 332 propriedades e, na tabulação das informações, os dados revelaram que 21,1% dos produtores da região Norte convivem com a realidade da escassez da mão de obra especializada, na região Sul o número sobe para 22,2%, na região Leste a reclamação da ausência destes trabalhadores chega a 36,1%, e, por fim, o pior resultado foi registrado na região Oeste, onde 45,8% dos produtores entrevistados se queixaram do problema da especialização dos trabalhadores.

Já no quesito falta de qualificação, os dados do Circuito Aprosoja 2012, revelaram insatisfação ainda maior. Na região norte 66,7% dos produtores entrevistados afirmam viver com a realidade da ausência de qualificação, na região Sul o percentual fica em 61,1%, os produtores da região Leste enfrentam a pior situação, lá 69,4% enfrentam este problema, já na região Oeste, mais da metade, 52,5% dos entrevistados revelaram que também enfrentam problemas com a falta de qualificação da mão de obra.

A edição do Circuito Tecnológico deste ano conta com a participação de técnicos do Senar, que vão coletar dados e verificar in loco as questões da necessidade de especialização de mão de obra no campo. Segundo Prado, “esta parceria prática vai resultar em uma qualificação mais aplicada, que gera benefícios para o setor e a sociedade”.

Fonte: Aprosoja

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