Retirada do navio deve levar 5 meses

Após 3 dias do naufrágio do navio Haidar, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, com quase 5 mil bois a bordo, o problema ainda está longe de ser resolvido. Até ontem, as instituições envolvidas ainda buscavam uma solução para o problema, que tem como principal desafio a retirada da carga do fundo do rio. A previsão é que todo o trabalho seja concluído em até 5 meses.

destaque-346722-091015-a5-acidente-barcarena-cmSegundo o presidente da Companhia Docas do Pará (CDP), Parsifal Pontes, todas as medidas pensadas até então esbarraram nos protocolos burocráticos e, principalmente, na concordância dos órgãos ambientais, como a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O maior problema é o fato do acidente ter ocorrido em um porto próximo a área urbana do município, o que requer preocupação com danos ambientais e sociais que a operação possa causar.

Outra dificuldade é a inexperiência dos órgãos envolvidos em operações dessa complexidade. Além disso, todo o procedimento de retirada do óleo, carga e até do próprio navio será auxiliado por pequenas embarcações, que só poderão atuar em parte do dia, já que a maré costuma ser agitada no período da tarde.

A empresa francesa de salvatagem Mamuth Salvage é a contratada pela seguradora do navio para realizar a retirada. Apesar da experiência da empresa em acidentes de naufrágio, a Mamuth nunca retirou animais. “A maior preocupação é se essa carga resistirá ao tempo que a empresa precisará para fazer a retirada”, explica Pontes. Segundo ele, a ação do tempo e da água fará o gado inchar e soltar a carne, dificultando a operação.

ÓLEO

A empresa inicia os trabalhos hoje com a retirada de 60 mil litros de óleo que ainda estão no tanque do navio. Esta operação deve durar cerca de 15 dias. Após ou paralelamente a esta ação, a empresa retirará a carga, o que deve levar 30 dias. Só após isso, será iniciada a retirada do navio, processo que, sozinho, deve demorar 4 meses.

Todo o procedimento está condicionado à aprovação do plano de ação pelos órgãos ambientais, o que deve ocorrer hoje. “A CDP está com um arsenal de pás mecânicas, carregadeiras e caçambas para dar suporte a esse trabalho”, disse Pontes. A própria CDP também inicia hoje a retirada de 4 mil litros de óleo derramados no rio Pará, no acidente. No que se refere ao auxílio à comunidade afetada pelo naufrágio, a CDP e o Ministério Público do Estado realizam uma reunião, às 11h de hoje, em Barcarena, com as lideranças comunitárias para firmar um Termo de Ajustamento de Conduta.

Fonte: Leidemar Oliveira – Diário do Pará

Foto: Cezar Magalhães – Óleo derramado em naufrágio é visto em praia de Vila do Conde

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