Abatedouros informais têm que ser legalizados no Pará

A União Nacional da Indústria e Empresas de Carne (Uniec) encaminhou, ontem, ofício ao secretário extraordinário de Articulação Municipal, Sérgio Bacury, recomendando que ao invés de gastar mais recursos para a construção de novos abatedouros municipais, o governo financie a organização do mercado informal, aproveitando o potencial das boas indústrias já existentes. Em entrevista a O LIBERAL, publicada no domingo, 2, o diretor operacional da Agência de

O Liberal
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Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Sálvio Freire, revelou que o governo do Estado pretende investir R$ 24 milhões na construção de 36 novos matadouros municipais, como forma de combater o abate clandestino. Segundo a Uniec, estima-se que o abate não inspecionado de animais para alimentação humana ultrapasse 35% do mercado estadual de carnes e persista graças à desinformação das pessoas, combinada com a omissão das autoridades. Para a entidade, no entanto, a construção de matadouros não é a melhor forma de solucionar o problema da clandestinidade.

‘São bastante conhecidos os resultados da implantação de novos matadouros municipais. O próprio Governo do Pará já criou e manteve o Frigorífico Maguary e, depois, o Frimapa – Frigoríficos e Matadouros do Pará S/A. Hoje, a maior parte dessas iniciativas não existe mais, ou está servindo também ao abate clandestino, sob as bênçãos das prefeituras municipais’, diz o documento encaminhado a Sérgio Bacury e assinado pelo presidente da Uniec, Francisco Victer. ‘Propomos, então, que as indústrias frigoríficas paraenses, certificadas pelos serviços de inspeção federal-SIF e estadual-SIE e distribuídas estrategicamente pelas diversas regiões do Estado, possam assumir o fornecimento de carne, senão a todos, à grande maioria dos municípios, diretamente, ou através de representantes locais devidamente credenciados por essas indústrias’, completou.

A Uniec, que há um mês caminhou outro ofício ao secretário de Articulação Municipal elogiando o trabalho da Adepará no fechamento de abatedouros clandestinos e se oferecendo para participar, em nome das indústrias frigoríficas paraenses rigorosamente regulares, de um plano que garantisse, em todos os municípios, o pleno abastecimento com carne de qualidade e a preços justos, se disse surpreendida pela notícia da construção de novos abatedouros, enquanto aguardava a resposta do governo.

Mesmo após a matéria do último domingo, Francisco Victer elogia o trabalho da Adepará, órgão que, para ele, vem tomando as decisões certas. ‘A nossa posição sobre essa decisão de fechar os estabelecimentos clandestinos é de apoio. O que a gente realmente quer é que esses estabelecimentos fiquem fechados, porque nós entendemos que se eles não têm condições de cumprir a legislação e concorrer com os cumprem, não podem ser reabertos. O que ocorre muito. Às vezes, interditam um local clandestino e no dia seguinte ele está aberto. Têm que ser mantidos fechados’, defende.

Fonte: O Liberal

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