Agricultura de baixo carbono cresce no país

Aliar práticas agrícolas à sustentabilidade foi o grande desafio do produtor rural brasileiro nos últimos anos. Se 40 anos atrás cabia a ele desmatar a área que quisesse ocupar nas regiões mais distantes do país, agora sua missão é replantar e recuperar aquilo que foi degradado. Uma mudança de estratégia que demorou a ser assimilada, mas que finalmente começa a ganhar corpo no País.

0,,69828599,00Neste último dia 28 de julho, dia do produtor rural, Globo Rural Online mostra como as mudanças de hábitos estão mudando no agronegócio.

Há quem sempre tenha defendido que o agricultor é o maior ambientalista que existe, pois como necessita dos recursos naturais para ser bem sucedido, é natural que os preserve. Mas na prática ser sustentável requer conhecimento e técnica e não é tão fácil como parece. A prova disso foi a baixa procura pelos recursos do Programa ABC — que incentiva a agricultura de baixo carbono, no ano de seu lançamento — em 2010.

À época, o Ministério da Agricultura disponibilizou R$ 2 bilhões para agricultores de todo o país que quisessem recuperar pastagens, integrar lavoura e pecuária, adotar o plantio direto, investir em florestas comerciais ou recompor áreas de reserva legal e de preservação em suas propriedades. Pouquíssimos projetos foram inscritos no programa e sobrou quase a totalidade dos R$ 2 bilhões nos bancos. “Havia muita burocracia e pouca informação”, avalia Neri Geller, Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura , Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O programa ABC é o instrumento financeiro do plano ABC, que foi concebido como o conjunto de ações que visam reduzir a emissão de gases de efeito estufa da agricultura brasileira. “A gente quer que a agricultura passe a retirar carbono ao invés de fixar”, diz o professor Eduardo Assad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A meta do Plano ABC é cortar a emissão de 214,2 milhões de toneladas de CO² até 2020.

E os produtores rurais começam a responder de maneira mais positiva a tal expectativa. No Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, o financiamento pelo ABC chegou a R$ 2,99 bilhões ou 88% dos R$ 3,4 bilhões previstos para a temporada. O número de contratos referente a esse valor correspondeu a 11.135. “Houve um avanço bastante importante na desburocratização do ABC, que também passou a ser mais divulgado”, avalia Geller.

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No período 2012/2013, os estados que mais demandaram recursos foram Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná, utilizando as práticas de Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Florestas Plantadas e Plantio Direto. Nas regiões Norte e Nordeste, a demanda ainda é baixa, o que pode ser explicado pelo pequeno número de técnicos multiplicadores para treinar os agricultores e pecuaristas, mas segundo Geller, há um programa de revitalização da assistência técnica em andamento no Brasil, “e os gargalos tendem a ser superados”, diz.

Do lançamento do Programa ABC, no ano safra 2010/2011, até a safra de 2012/2013, houve um crescimento na adesão à linha de crédito de 584%, somando 16.445 contratos firmados no período. “Somos destaque na agricultura mundial, por isso programas como o ABC são fundamentais para a implantação de novas tecnologias voltadas para o conceito de responsabilidade social, tendo em vista os cuidados que os produtores rurais são orientados a ter em suas propriedades para que sejam sustentáveis no âmbito ambiental, social e econômico”.

Para o ano safra 2013/2014 foram destinados R$ 4,5 bilhões ao Programa, um aumento de 32% em relação à safra anterior e a tendência é de que o número de contratos firmados supere 25 mil (entre 2010 e 2014), volume ainda muito baixo se considerarmos que o Brasil possui 4,3 milhões de estabelecimentos agropecuários familiares e cerca de 12 milhões de agricultores, segundo o último censo agropecuário divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fazenda Sustentável
O Prêmio Fazenda Sustentável, uma iniciativa da revista GLOBO RURAL. O objetivo é eleger as propriedades rurais que apresentem a melhor performance em sustentabilidade entre as inscritas. Abrange quatro categorias – cultivos anuais (algodão, milho, soja, trigo, arroz e feijão), cultivos perenes e semi-perenes (café, laranja e cana), pecuária (gado de corte) e floresta plantada (pinus e eucalipto).

As inscrições podem ser feitas pelo site fazendasustentavel.com.br até o dia 20 de agosto. Os candidatos aprovados nesta etapa passam para a segunda fase, também online e mais detalhada, que começará no dia 21 de agosto e vai até o dia 15 de setembro. A terceira etapa consiste numa visita técnica às fazendas finalistas.

A metodologia para a avaliação e seleção dos premiados foi elaborada por especialistas em sustentabilidade da Fundação Espaço ECO e do Rabobank e contempla os pilares ambiental, social e econômico. Basf, John Deere e Rabobank patrocinam o evento.

Fonte: Globo Rural

 

O ruralbook incentiva e apoia o Prêmio Fazenda Sustentável, junto com o Globo Rural.

 

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