O agro precisa se organizar e investir em comunicação para crescer

Investir em uma estratégia conjunta, na organização e na forma de se comunicar com a sociedade urbana são grandes desafios para as futuras lideranças do agronegócio brasileiro que estão em processo de formação pelo Programa CNA Jovem. Essa é a opinião de uma das principais referências do setor no Brasil, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que abriu o terceiro encontro presencial, nesta sexta-feira (6/2), em Campos do Jordão (SP).

“Somos a alavanca desse País, mas não somos capazes de colocar essa força a serviço do Brasil porque somos desorganizados. Temos que mudar essa imagem ultrapassada que o produtor rural ainda tem e aprender a se comunicar adequadamente com a sociedade. Hoje, 85% da população brasileira é urbana e precisamos do apoio dela para conseguir aprovar políticas públicas de incentivo ao nosso setor”.

Fotos: Gustavo Fröner
Fotos: Gustavo Fröner

Tendo como base as respostas dos participantes para o pergunta “Qual o principal desafio do agro brasileiro hoje?” Rodrigues abordou temas como o papel do Brasil na segurança alimentar mundial; a importância do agronegócio brasileiro; o potencial e os gargalos e tendências para um futuro próximo. O ex-ministro destacou o potencial do setor no Brasil – responsável por, aproximadamente, 23% do PIB e 30% dos empregos do País – e afirmou que o País tem tecnologia, terras e recursos humanos para continuar crescendo.

“O processo de renovação é fundamental em todos os segmentos e no setor do agronegócio isso vem acontecendo lentamente. O CNA Jovem é um Programa fantástico, uma alavanca para a formação de pessoas capacitadas. Hoje em dia não existe mais espaço para amadorismo. Não dá para enrolar mais. Até a liderança precisa ser profissional”, destacou.

Roberto Rodrigues também abordou pontos que estão na agenda do País como infraestrutura e logística, crédito rural e seguro, acordos bilaterais e questões institucionais (Código Florestal, terras para índios, questões trabalhistas, etc). Ele ressaltou a necessidade da definição de uma estratégia articulada “de todo Estado brasileiro” para que sejam criadas políticas públicas de apoio ao setor e disse que confia na execução de um Plano de Governo que contemple sustentabilidade, competitividade, orientação a mercados, segurança jurídica e governança institucional. Para tanto, Roberto Rodrigues afirmou que tem total confiança no trabalho da atual ministra da Agricultura Kátia Abreu, uma pessoa que conhece “profundamente” os desafios setoriais e que terá a capacidade de desenvolver uma ação conjunta para promover a agropecuária nacional.

A chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Andréa Barbosa Alves, salientou que uma das premissas do Programa CNA Jovem é justamente promover o contato entre os participantes e lideranças do agro brasileiro. Para ela, o ex-ministro Roberto Rodrigues proporcionou uma experiência enriquecedora aos jovens, pois trata-se de um líder que consegue abordar assuntos complexos de uma forma simples e clara.

“Desde o primeiro encontro estamos trazendo referências na área para conversar com os participantes. Precisamos trabalhar para mudar o pensamento da sociedade, falar para todas as pessoas e levar o agro para as escolas. Temos que mostrar que ele faz parte da vida de todos. Hoje, sinto como se estivéssemos falando no espelho, sempre para as mesmas pessoas”, revela.

A programação do terceiro encontro segue até amanhã (8/2) com a realização de palestras, oficinas e dinâmicas de grupo ministradas pela Fundação Instituto de Administração (FIA). O foco dessa edição é o desenvolvimento de planos de ação, coletivos e individuais, a partir de 10 grandes desafios do Agro propostos pela coordenação do Programa. Para estimular a elaboração dos planos de ação inovadores, os participantes receberão conhecimentos sobre uma metodologia conhecida como “Leque de Criatividade”, criada pela empresa Dobra, empresa focada em inovação e criatividade.

CNA Jovem

O Programa está preparando jovens do meio rural de todo o País, com idade entre 22 e 35 anos, para impulsionar ainda mais o setor empresarial rural. O processo de formação tem aproximadamente 300 horas e uma metodologia inovadora, que permite o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens selecionados como líderes. Ao final, os cinco candidatos que se destacarem durante esse processo formativo farão uma visita técnica à China para conhecer instituições de pesquisa, modelos de empreendedorismo e prospecção de negócios.

O CNA Jovem tem encontros presenciais (64 horas) e atividades de EaD (72 horas). Em paralelo, os alunos recebem um curso EaD de inglês (120 horas). A formação associa o conhecimento das temáticas de interesse do agronegócio com a prática de tomada de decisões, com desafios práticos, elaboração de planos de negócios, business games, visitas técnicas e desenvolvimento de competências comportamentais e de comunicação.

O processo de formação dos jovens está sendo realizado em parceria com outras três entidades: Fundação Instituto de Administração (FIA), HSM Experience e EF – Education First.

Assessoria de Comunicação do SENAR

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