Agronegócio sustenta PIB brasileiro, mas setor gera menos postos de trabalho

Cepea, 20/10/2017 – A sustentação do PIB Brasileiro nos primeiros sete meses do ano foi possível, novamente, pelo agronegócio, conforme indicam pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A safra recorde no campo estimulou a atividade também de outros segmentos, impactando no crescimento de 5,81% no PIB-volume do agronegócio na avaliação de janeiro a julho de 2017. Desse modo, o desempenho positivo da agropecuária pôde amenizar o efeito das retrações da indústria e dos serviços sobre o PIB nacional. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro recuou ligeiro 0,04% na comparação do primeiro semestre de 2016 com o mesmo período deste ano – queda que seria bastante superior não fossem os resultados da agricultura.

Fonte: Internet

Apesar dos relevantes ganhos de produção no agronegócio, sobretudo na agropecuária, não houve aumento de empregos no setor. Ao contrário, no primeiro semestre de 2017, houve queda de 3,1%, ou mais de 580 mil pessoas, no total de ocupações. De modo geral, as principais reduções ocorreram na própria agropecuária e para trabalhadores atuando por conta própria e com baixa escolaridade. Ao mesmo tempo, e como um resultado desse movimento, os rendimentos médios do trabalho obtidos no agronegócio tiveram ganho real na comparação entre semestres. A queda das ocupações na agropecuária, caracterizada por menor rendimento frente aos demais segmentos, e das ocupações de trabalhadores menos instruídos frente às com maior grau de instrução, explica o aumento do rendimento médio no agronegócio.

Quanto ao front externo, verificou-se elevação de 6% no faturamento em dólares do agronegócio frente ao primeiro semestre de 2016.  Porém, na mesma comparação, o Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio se retraiu 17,8% e, em termos de volume, a maioria dos produtos apresentou redução nos embarques. Nesse cenário, o faturamento do setor em Reais recuou cerca de 9%. São exceções no que diz respeito à redução de volume embarcado: soja em grão, óleo de soja, frutas, celulose, açúcar e madeira. A soja em grão foi o destaque dos embarques do semestre, com o valor em dólar de suas vendas para o exterior representando mais de 33% do faturamento do setor no período.

Na seção especial sobre custos agrícolas da soja deste boletim, foram apresentados aspectos sobre o relevante aumento dos gastos com defensivos agrícolas ao longo das últimas 10 safras nas principais regiões produtoras do País. Além do encarecimento dos inseticidas e fungicidas no período, o seu maior uso também foi responsável pelo aumento do custo, diante de pressões como o aparecimento da lagarta Helicoverpa sp, ataques de percevejos e aparecimento de ferrugem asiática, como consequência do El Niño.

Fonte: CEPEA

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