Armando Soares #28: Mundo camaleão

armando-soares (1)O Brasil que se vive hoje se assemelha ao camaleão onde as pessoas assumem a cor conveniente aos seus interesses, comportamento seguido pelos governantes, pelos políticos de um modo geral, pelos comunistas, pelos juízes, pelos sindicalistas, pelos padres, pelos evangélicos, pessoas que dependem do povo, da sociedade para sua subsistência. Esse pessoal reflete o perfil de um país que nunca teve verdadeiramente uma sociedade dotada de moral, nunca teve como diretriz um conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Até determinado tempo fingia-se de possuir moral. Com o passar do tempo esse fingimento desapareceu tragado pela ferocidade do vale-tudo que refletia a deformação de uma civilização mal formada. Prevalece aqui o ditado popular que com muita razão afirma que “pau que nasce torto não tem jeito, morre torto”.

O que estamos assistindo no Brasil de hoje, que não pôde ser assistido por gerações anteriores que não tinham televisão, internet, facebook e outros inventos miraculosos, é um cenário indecoroso representado por uma parcela da sociedade, a mais significativa representante do povo brasileiro, a que deveria ter o dever de aplicar com honestidade os recursos disponibilizados pelo trabalho de milhões de brasileiros, mas ao invés disso assaltaram os cofres da nação enquanto puderam e enquanto o Estado suportou o saque criminoso. Não estou me referindo apenas ao roubo recente, estou me referindo a um processo de saque mais profundo que vem sendo praticado no Brasil em longo prazo representado pela política cavernosa e devoradora do dinheiro arrecadado por impostos cobrados de brasileiros. Gerações de políticos desonestos enriqueceram a custa do Estado, com a conivência das instituições brasileiras que se tornaram, em razão de sua omissão, parceiros do roubo secular e da má gestão administrativa. Se o Brasil, rico como é, não acompanhou o desenvolvimento dos Estados Unidos da América, é porque os governos brasileiros não tiveram competência para transformar essa riqueza em desenvolvimento. Os brasileiros com o seu trabalho ao longo do tempo sustentaram um Estado arrecadador confiscador que serviu apenas aos interesses de políticos e seus apaniguados. Trabalharam os brasileiros de governo a governo como bestas de carga, como escravos para sustentar políticos espertos, e nunca se tocaram que nenhum governo teve como prioridade, como preocupação maior, como meta um projeto de nação. Diante dessa verdade, podemos afirmar sem medo de errar, que os brasileiros estão recebendo o pagamento que merecem pela falta de inteligência, pela sua imprevidência, por sua pequinesa mental.  Segundo Hegel o Estado é a mais vasta e complexa criação da inteligência humana, a encarnação suprema da Razão. No Brasil a sociedade organizada não usou até hoje a inteligência para criar uma nação próspera para servir a todos os brasileiros, ao invés disso assimilou dos ibéricos um modelo de Estado intervencionista castrador da livre iniciativa e saqueador das riquezas alheias e ficou por aí cuidando irresponsavelmente apenas de seus interesses, ou seja, admitiu ter sobre si uma entidade político controladora da vida – o Estado – manipulada por pessoas desprovidas de princípios, por demagogos e finalmente por bandidos travestidos de políticos e administradores. Permitiu conscientemente que a mediocridade se apropriasse do Estado para outros fins que não de construir uma grande nação livre e com capacidade de gerar qualidade de vida através de uma modelo de desenvolvimento construído com o motor de uma economia de mercado e pela produtividade. Talvez seja esta hora de lembrar Kennedy em discurso ao povo americano: “Por isso meus irmãos americanos não perguntem o que o seu país pode fazer por vocês. Perguntem o que vocês podem fazer pelo seu país”.

Exemplo de comportamento equivocado de brasileiros descompromissados com um projeto de nação é a forma como estão agindo os produtores rurais em relação à política ambiental brasileira.  Contrariados com regras de licenciamento ambiental, ruralistas pedem a saída de Sarney Filho do Meio Ambiente. Descontentes com o trabalho do titular, cuja condução da pasta é classificada como “ideológica”, os ruralistas têm uma audiência prevista para a próxima quarta-feira, 30.11.2016, no Palácio do Planalto. Os ruralistas destacam que Impasses e dificuldades são criados para o financiamento agrícola, licenciamento ambiental, mas, embargam-se áreas, ou seja, o Estado sempre se posicionando contra o processo produtivo. No encontro realizado pela FPA em Brasília, o deputado da FPA chegou a dizer que sente falta da ex-ministra do MMA. “Nesta questão ambiental, já estamos até com saudades da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.” A mídia informa que Deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pedirão ao presidente Michel Temer (PMDB) a saída do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, do cargo, e levam nomes para a pasta como Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Vê-se aí a submissão do brasileiro aos ditames de um Estado todo-poderoso divorciados da sociedade produtora. O caminho escolhido, deputados da FPA, não deveria ser esse. A reinvindicação deve ser impositiva para tirar o setor produtivo da canga ambientalista. Para atingir esse objetivo deve ser primeiramente colocar a frente do ministério do meio ambiente uma pessoa sensata que não esteja mancomunado com o aparato ambientalista-indigenista. Quem tem como vocês, produtores rurais à força econômica e política, que são responsáveis pela comida que o brasileiro põe na mesa, e sofre permanentemente perseguições de bandidos no campo e em políticas públicas, não se humilham ou pede favor a um governo irresponsável e imoral. Esse comportamento confirma o total divorcio entre o Estado e a sociedade brasileira como já referido.

O comportamento dos deputados da FPA frente ao governo brasileiro mostra uma verdade cruel que vai contra os interesses do Brasil e do produtor que eles representam. Como políticos defendem interesses partidários comprometidos com a corrupção e a total subserviência ao aparato ambientalista-indigenista. A subserviência é tão grande ao Estado todo-poderoso que esses senhores deputados deixam de lado a defesa do produtor rural que está sendo esmagado como eles mesmos reconhecem pedindo arrego ao governo de forma humilhante. Esse é um exemplo que mostra com fidelidade a impossibilidade de tirar o Brasil do fundo do poço, do processo agônico de morte institucional, econômica e social. Os produtores rurais deveriam ser os primeiros a dar o grito de liberdade da escravidão estatal que vem conduzindo secularmente o Brasil para o caos civilizatório. Os produtores rurais são vitoriosos em todos os sentidos. São exemplo de como se produz com eficiência alimentos e matérias-primas com alta produtividade num país que submete a atividade econômica a custos insuportáveis dadas sua política estatizante e corrupta. Por que a submissão humilhante quando a hora, o momento politico e econômico brasileiro indica a necessidade de enfrentamento e não de submissão?

Esta é a hora de lutar sem temor para salvar o Brasil expulsando do poder toda uma casta de políticos viciados a mamar nas tetas da nação, restaurar a dignidade e a moralidade e ajustar as instituições manchadas pela podridão política e pela corrupção. Não é hora para ser condescendente com políticos, administradores públicos e juízes venais, a hora é enfrenta-los e expulsá-los com coragem e altivez. Esta é a hora e o momento de salvar o Brasil e de conduzi-lo para a grandeza.

Armando Soares – economista

e-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com

*Todo conteúdo da postagem é de responsabilidade de seu autor.

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