Benefícios nutricionais no controle do estresse térmico

POR PHIBRO SÁUDE ANIMAL

PHIBRO MAIS SAÚDE NO REBANHO

 Anualmente grande parte dos bovinos do mundo sofre com o estresse térmico, que causa diversos efeitos deletérios em vacas leiteiras, gerando impacto negativo na produção, reprodução e também na saúde dos animais (Jordan, 2003; West, 2003; Elvinger et. al.,1992). Nos EUA, as perdas econômicas devido aos efeitos deletérios do estresse térmico chegam na casa dos US$ 900 milhões (novecentos milhões de dólares) por ano (St. Pierre et al., 2003). No Brasil, país tropical, com temperaturas médias altas, o impacto deve ser ainda maior. Nas nossas fazendas é bastante comum vermos vacas sob estresse térmico, ofegantes, babando, aglomeradas de pé e algumas vezes até dentro de bebedouros ou represas tentando se resfriar. Estes são sinais claros de que o estresse térmico é um problema.

A zona termoneutra de vacas leiteiras vai de 7°C a 21°C; nessas condições a temperatura retal dos animais ficará por volta de 38,6°C a 39°C (Naas, 1989). Porém, a cada dia, trabalhamos mais para aumentar a produção de leite das nossas vacas, e esse aumento da produção gera mais calor metabólico no animal e consequentemente uma maior suscetibilidade ao estresse térmico. Alguns outros fatores externos, além da temperatura ambiente, podem influenciar no estresse térmico do animal como umidade relativa do ar, exposição à radiação solar, velocidade do vento e etc. Por isso, o parâmetro de temperatura retal dos animais é o mais correto quando queremos avaliar se os animais estão ou não sofrendo com o estresse térmico.

Como medir a temperatura vaca a vaca não é uma tarefa prática para o dia a dia, o THI (índice de temperatura e umidade) é o índice mais aceito atualmente para mostrar se os animais estão ou não em um ambiente “estressante”. Em geral, utilizamos um THI de 68 como um limiar para o início do estresse térmico. Apesar do THI ser um índice bastante utilizado, ele apresenta algumas falhas, e por isso temos duas maneiras bem eficientes e simples de avaliar se os animais estão sofrendo com estresse térmico nas nossas fazendas:

1) Frequência Respiratória (FR) dos animais: estudos mostram que vacas com FR acima de 60 movimentos por minuto já estariam em situação de estresse térmico. E para medir é muito simples, sendo necessário apenas um cronômetro e a avaliação visual.

2) Relação verão/inverno: nada mais é do que fazer a simples divisão de qualquer índice da propriedade (ex: taxa de concepção, produção de leite, abortos e etc.) dos meses mais quentes do ano dividido pelo mesmo índice dos meses mais frios. Por exemplo, uma fazenda com taxa de concepção de 40% em julho e 20% em janeiro, terá 0,5 de relação verão/inverno. Ou seja, no verão a taxa de concepção é 50% do inverno. Este cálculo pode ser feito para qualquer variável, e quanto maior for a diferença entre as duas estações mais prejuízos o estresse térmico está trazendo para a propriedade.

Sistemas de resfriamento baseados em aspersores e ventiladores vêm sendo desenvolvidos e melhorados nos últimos anos. Os resultados de um bom sistema de resfriamento são incontestáveis, porém nenhum deles é 100% eficiente em eliminar o estresse térmico das propriedades. Uma estratégia nutricional para ajudar a minimizar os efeitos do estresse térmico vem sendo trabalhada pela Phibro Saúde Animal. Trata-se do OmniGen-AF®, fórmula exclusiva da Phibro que possui expressivos resultados no auxílio do controle do estresse térmico. Em um estudo conduzido na Universidade do Arizona/EUA, utilizando vacas em câmaras climáticas com temperatura controlada, foi mostrado que animais consumindo OmniGen-AF® tiveram aumento significativo na ingestão de matéria seca, menor frequência respiratória e temperatura retal durante o estresse térmico comparados com o grupo controle (Tabela 1), indicando que o produto pode ser um forte aliado no controle do estresse térmico.

Dados de um estudo brasileiro, conduzido pelo grupo do professor José Luiz Vasconcelos (Zequinha) na Unesp – Botucatu, mostram a mesma direção. Vacas suplementadas com OmniGen-AF® ficaram menos tempo em estresse térmico (50% menos) e consequentemente produziram mais leite (3,2 litros/dia) que o grupo controle (Tabela 2), mais uma vez comprovando que o OmniGen-AF® pode ser um importante aliado na mitigação do estresse térmico.

Um grande desafio que temos quando trabalhamos com vacas a pasto é fazer com que os animais pastejem, principalmente porque quando temos maior oferta de forragem é no período de verão, com temperaturas médias mais altas. Pensando nisso, pesquisadores da UFGD desenvolveram um estudo comparando a suplementação de OmniGen-AF® com um grupo controle (foram utilizadas vacas de meio para final de lactação mantidas a pasto). Nas Figuras 1, 2 e 3 estão os resultados. Em resumo, vacas suplementadas com OmniGen-AF® tiveram menor temperatura retal, maior consumo de pasto e consequentemente maior produção de leite.

 

Um grupo de vacas que normalmente é deixado de lado mas que tem grande importância quando o assunto é estresse térmico são as vacas secas. Estudos mostraram que vacas resfriadas nas últimas 6 semanas pré-parto produziram uma média de 5 litros de leite/dia a mais do que vacas não resfriadas durante toda a lactação (Figura 4).

 

Visto esse grande impacto do estresse térmico durante o período seco, pesquisadores da universidade da Flórida avaliaram o impacto do resfriamento e da suplementação com OmniGen-AF® durante o período seco na produção de leite na lactação subsequente. O resultado foi que vacas resfriadas e vacas suplementadas com OmniGen-AF® tiveram melhor produção de leite que vacas não resfriadas e não suplementadas (Figura 5). Isso ocorreu, provavelmente, porque assim como vacas resfriadas, vacas suplementadas com OmniGen-AF® tiveram maior número de células alveolares e proliferativas na glândula mamária (Fabris et al., 2017), mostrando novamente um grande potencial do OmniGen-AF® em auxiliar na melhora da performance de animais sob estresse térmico.

Em resumo, o estresse térmico é um grande vilão que tira a lucratividade das fazendas durante boa parte do ano no Brasil. Sistemas de resfriamento devem ser utilizados para auxiliar no controle, e a utilização do suplemento nutricional, OmniGen-AF®, é uma poderosa ferramenta para minimizar os efeitos negativos do estresse térmico e aumentar a lucratividade da propriedade.

Referências

BRANDAO, A. P., R. F. COOKE, F. N. CORRA, M. B. PICCOLO, R. GENNARI, T. LEIVA, AND J. L. VASCONCELOS. 2016. Physiologic, health, and production responses of dairy cows supplemented with an immunomodulatory feed ingredient during the transition period. J. Dairy Sci. 99:5562–5572.

ELVINGER, F., NATZKE, R. P., AND HANSEN, P. J. Interactions of heat stress and bovine somatotropin affecting physiology and immunology of lactating cows. J. Dairy Sci.v. 75, p. 449–462, 1992.

FABRIS, T, F. et al., 2017. Effect of nutritional immunomodulation and heat stress during the dry period on subsequent performance of cows. J. Dairy Sci. 100:1–10.

GANDRA J. et al., 2017. OmniGen-AF® improves milk yield and composition of grazing dairy cows under a semi-intensive management. ADSA abstract.

JORDAN, E.R. Effects of heat stress on reproduction. J. Dairy Sci., v. 86, p. 104-114, 2003.

L.W. Hall*1, S.D.Anderson1, F.A.Rivera1, F.Villar1, J.D. Chapman2, N.M. Long3, R.j. Collier1.2013. Evaluation of OmniGen-AF® in heat-stressed Holstein cows in lactation. ADSA Abstract.

ST-PIERRE, N. R., B. COBANOV, AND G. SCHNITKEY. Economic losses from heat stress by US livestock industries. J. Dairy Sci., v 86, p. 52–77, 2003. • TAO, S., J. W. BUBOLZ, B. C. DO AMARAL, I. M. THOMPSON, M. J. HAYEN, S. E. JOHNSON, AND G. E. DAHL. 2011. Effect of heat stress during the dry period on mammary gland development. J. Dairy Sci. 94:5976–5986.

WEST, J. W. Effects of heat-stress on production in dairy cattle. Journal. Dairy Science, v. 86, p. 2131–2144, 2003.

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Fonte: MilkPoint

 

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