Consequências Do Manejo Alimentar Inadequado Em Equinos

A alimentação é fator fundamental na saúde e bem-estar de qualquer animal para que ele mantenha seu organismo regulando suas funções fisiológicas adequadamente e interagindo com o ambiente. O manejo alimentar correto proporciona um desenvolvimento do animal de maneira adequada e minimiza os riscos de possíveis injúrias.

O sistema digestório é responsável pela quebra do alimento para que possa fornecer energia às células e manter o organismo em funcionamento. Ele é capaz de degradar os alimentos, absorver os nutrientes e eliminar resíduos que não são mais úteis.

O canal alimentar é composto por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno, íleo), intestino grosso (ceco, cólon, reto) e canal anal (Konig, 2011). Figura 1: Representação esquemática do trato intestinal do equino. Fonte: Konig, 2011

É da própria natureza do equino que sua alimentação seja dividida em pequenas porções durante o dia, pois seu estômago é relativamente pequeno. Como animal herbívoro, sua dieta precisa de material vegetal (volumoso) rico em fibras e elementos ricos em maioria de carboidrato (concentrado). A água é indispensável uma vez que auxilia no funcionamento do trato gastrointestinal e age no organismo como um todo. Além disso, os minerais atuam nos equilíbrios ácido-básico e hídrico, funções celulares, condução nervosa e contração muscular. (Lewis, 2000)

O manejo alimentar incorreto pode desencadear uma série de enfermidades, alterações dentárias, por exemplo, prejudicam todo o processo digestivo, uma vez que o alimento triturado de maneira incompleta e numa menor velocidade prejudica a digestão (Meyer, 1995).

Alimentos ricos em amido e pobres em fibra bruta podem causar fermentações indesejadas, enterites, gastrites, timpanismo, por exemplo. Distúrbios metabólicos também apresentam relação com excesso de amido ou açúcar, podendo predispor inflamação nas lâminas do casco, a laminite, por exemplo. Excesso de concentrado, de proteína podem causar distúrbios gastrointestinais, como diarréias e cólicas. Mudanças repentinas de dieta também devem ser evitadas para não provocar essas situações (Meyer, 1995).

Relacionado aos principais minerais, a deficiência de cálcio leva a presença excessiva do fósforo que pode levar a episódios recorrentes de fraturas, hiperparatireoidismo nutricional secundário, etc. A deficiência de sódio reduz o apetite, deixa a pele ressecada, além de diminuir o peso (Meyer, 1995).

Figura 2. Laminite em equino. Fonte: Divulgação

Além do manejo alimentar, o armazenamento correto da alimentação é essencial, visto que pode ocorrer o desenvolvimento de microorganismos patogênicos que podem deteriorar o alimento. Bactérias podem causar distúrbios digestivos, danos hepáticos, por exemplo, e fungos podem causar reações alérgicas no trato respiratório, diarréias, cólicas, dentre outras enfermidades.

É necessário manter uma boa ventilação no ambiente, baixa umidade, pouca luz solar direta, e ficar atento a infestação de roedores. (Lewis, 2000)

Cada fase de vida do animal tem uma necessidade energética a ser suprida. Éguas em gestação e lactação tem uma exigência maior para manter o feto em crescimento e o potro em desenvolvimento. Animais de trabalho ou esporte necessitam energia adicional para o trabalho muscular. A demanda de cada fase é individual e deve ser respeitada e encarada com a devida atenção.

Para evitar tais consequências é de suma importância supervisionar o estado nutricional e geral de saúde do animal para garantir condições adequadas de manutenção e desenvolvimento e assim proporcionar ao animal uma boa qualidade de vida e bem-estar. O monitoramento do animal de forma geral é a chave para a prevenção de consequências de erros no manejo alimentar dos equinos.

Bibliografia:

Meyer, Helmunt. Alimentação de cavalos. Livraria Valela, 1995. pg 33 a 58, 227 a 259

Lewis, Lon D. Nutrição clínica equina: alimentação e cuidados. Editora Roca, 2000. pg 227 a 238.

Konig, Horst Erich. Anatomia dos animais domésticos. 4ª edição. Editora Artmed, 2011. pg 321, 369

Fonte: Informativo Equestre

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