Eficiência em carbono gera negócios na BM&FBovespa – Canal do Produtor

Fonte: Internet
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O engajamento de acionistas em causas socioambientais e a avaliação de investidores institucionais de que companhias que adotam boas práticas de governança conseguem melhor performance na gestão de riscos ao meio ambiente impulsionam aportes na Bolsa de Valores. A procura por ações de companhias consideradas sustentáveis ou que publicam sua eficiência na emissão de carbono já movimenta quase R$ 100 milhões em patrimônio líquido em 2 fundos (carteiras) de índices (ETFs) – ISUS e ECOO – listados na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa).
Nos quatro primeiros meses de 2016, o ETF ISUS que segue o Índice de Sustentabilidade da BM&FBovespa mostrou rentabilidade de 6,4%, ao passo que o ETF ECOO que acompanha o índice Carbono Eficiente exibiu ganhos de 21,1%.
O mercado evoluiu e está mais comprador de ETFs sustentáveis. Tanto o ISE como o índice Carbono Eficiente surgiram da demanda dos investidores, esse último (ICO2), uma parceria como BNDES já nasceu atrelado a criação de seu ETF, o ECOO, o que mostra um amadurecimento do mercado, contextualiza a diretora deSustentabilidade da BM&FBovespa, Sonia Favaretto.
Na visão dela, os produtos (ETFs) são procurados por diferentes perfis de investidores locais e estrangeiros. Os investidores internacionais, principalmente os europeus são os mais preocupados.
Devido a atratividade da rentabilidade, em abril último, a carteira ECOO girou R$ 4,691 milhões em 133 negócios, volume 20% maior quando comparado com igual mês do ano passado, e com esse avanço o patrimônio líquido dos cotistas atingiu R$ 69,25 milhões.
No mesmo ritmo de negociação, 134 transações em abril último, mas com volume menor, a carteira ISUS movimentou R$ 514 mil e seus cotistas alcançaram patrimônio líquido de R$ 22,45 milhões.
Na composição dos dois índices, companhias de diferentes setores da economia, desde os principais bancos até produtoras de celulose, assim como varejistas, produtoras de alimentos e da área química pesada e de cosméticos.
Em comum, 17 grandes empresas brasileiras atendem tanto as regras do Índice de Sustentabilidade (ISE) como do Índice Carbono Eficiente (ICO2), sendo elas: Banco do Brasil, Bradesco, BRF, Braskem, CCR, Cielo, Cemig, CPFL Energia, Fibria, Itaúsa, Itaú Unibanco, Klabin, Lojas Americanas, Lojas Renner, Natura, Tim Participações e Telefônica Vivo.
Sem dúvida, hoje, as grandes empresas brasileiras têm uma postura melhor em relação aos riscos socioambientais. Não se tem mais o desleixo do passado. Mas ainda há dificuldades com a prática. Quando se coloca isso no custo, a gestão ambiental custa caro, mas o risco também não sai barato, afirma a sócia do setor ambiental do escritório Siqueira Castro, Simone Paschoal Nogueira.
Ela alertou que problemas socioambientais podem afetar as companhias em três esferas. Responsabilidade administrativa, civil e até penal conforme previsto na Lei de Crimes Ambientais, lembrou a sócia do Siqueira Castro.
Na esfera da responsabilidade administrativa, conselheiros e executivos das companhias podem ser multados em até o teto de R$ 50 milhões. Dependendo da gravidade do problema, a empresa pode sofrer multa, embargo, e até seu fechamento. No caso de acidentes maiores como o da Samarco, a responsabilidade civil está relacionada ao dano. É a responsabilização mais temida, tanto faz se a companhia tem culpa ou não, o dano terá que ser ressarcido , alertou.
Na opinião da Coordenadora da Comissão de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Roberta Simonetti, no Brasil, é ainda baixo o engajamento de investidores quando comparado ao engajamento de outros setores da sociedade no plano nacional e também aos seus pares internacionais.
Mas, por outro ângulo, Simonetti argumenta que produtos financeiros como os ETFs ISUS e ECOO são positivos para evolução do mercado.
O principal objetivo destas iniciativas é apoiar os investidores na decisão de investimento. No ISE , por exemplo, as empresas passam por um processo muito criterioso de seleção, amplamente discutido e legitimado pela sociedade, afirma.
Para Simonetti, cabe então ao investidor, a partir destas análises e do conjunto de informações disponibilizadas, selecionar as empresas para seus portfólios. Um efeito positivo desta iniciativa é estimular as empresas a ampliar seu alinhamento estratégico com a sustentabilidade, aumentar seu compromisso com princípios, melhorar sua gestão de riscos, a identificação de oportunidades e, consequentemente, melhorar seu desempenho nos aspectos ambiental, econômico-financeiro e social Ernani Fagunde.
Metodologia dos índices
A diretora de sustentabilidade da BM&FBovespa, Sonia Favaretto explica que a seleção das companhias abertas para os respectivos índices de Sustentabilidade e Carbono Eficiente são diferentes. O ICO2 aborda a questão climática e pré-requisito é ter um inventário [técnico] de emissões de carbono. Já o ISE é um tema complexo e de vários ângulos, aborda 7 dimensões: geral, natureza do produto, governança corporativa, econômica-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas , disse. O indicador ICO2, por exemplo, é composto pelas ações das companhias que aceitaram participar dessa iniciativa, adotando práticas transparentes com relação a suas emissões de gases efeito estufa (GEE), leva em consideração, para ponderação das ações das empresas componentes, seu grau de eficiência de emissões de GEE, além do free float (total de ações em circulação).
Fonte: DCI/ Canal do Produtor

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