Entrada do inverno deve colocar mais pressão na @

Aumento na oferta de animais ao abate, em função na piora das pastagens, pode derrubar ainda mais o preço do boi gordo

O mercado do boi gordo passa por um momento atribulado após os recentes escandá-los do setor, o que fez com que o preço da arroba recuasse até 10% em algumas praças nos últimos três meses. De acordo com a Scot Consultoria, de 16 de março, dia anterior a operação Carne Fraca, até 1º de julho, o preço da arroba nas 32 praças pesquisadas caiu em média 6,3%, alcançando pico de 10,5% em Dourados, MS.

Apesar de o mercado estar se adequando a esse cenário, outro fator deve intensificar ainda mais a pressão de baixa na arroba nos próximos dias: a chegada do inverno (21 de junho). A estação mais fria do ano é marcada pela redução na qualidade das pastagens em quase todo o país, o que reduz a taxa de suporte do pasto, obrigando os pecuaristas a vender os animais que ainda tem na fazenda aos frigoríficos.

“É um ano atípico, onde os pecuaristas conseguiram driblar os efeitos dos escândalos do setor ao diluir a entrega dos animais para o abate. No entanto, devemos ter um aumento na oferta nos próximos meses, acarretando em uma concentração de oferta e, possivelmente, os preços mais baixos do ano”, destacou Alex Lopes, analista de mercado da Scot Consultoria.

Outro fator que deve colaborar para o aumento da oferta nos próximos meses é a quantidade de animais estocados, já que desde o início do ano muitos pecuaristas têm segurado os animais nas fazendas esperando um possível aumento nos preços. Esse movimento foi expandido após a delação da JBS contra Michel Temer, o que fez com que os produtores evitassem fechar negócios com o frigorífico, principalmente, após a decisão em suspender os pagamentos à vista.

“O cenário para o segundo semestre está totalmente incerto e qualquer previsão é arriscada. Ainda não sabemos o que acontecerá com a economia do País e qualquer novidade na política pode causar um imenso impacto no setor”, concluiu o analista, acrescentando também o momento da virada no ciclo de baixa na pecuária, comprovado pelo aumento na participação das fêmeas no abate do primeiro trimestre do ano.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana, foram abatidos 7,1 milhões de bovinos no Brasil no primeiro trimestre de 2017. O resultado foi puxado, principalmente pela participação nas fêmeas no abate, que cresceu 12% no período. Já nos machos, foi registrada queda de 7,1%.

Fonte: Portal DBO – Alisson Freitas

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