Exportadores pedem liberação emergencial para embarcar gado

Equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) vão acompanhar em conjunto nos próximos dias o plano emergencial que será apresentado pelos exportadores de boi em pé para exportação emergencial de 51 mil cabeças de bois do porto de Vila de Conde, em Barcarena, no nordeste paraense, na próxima semana.

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Foto: Tarso Sarraf/ Arquivo O Liberal

A decisão de manifestar provisoriamente a liberação do emergencial  do embarque de bois vivos, impedido há quase dois meses, saiu da reunião convocada pelo secretario de desenvolvimento economico Adnan Demachki,  com as presencas do secretario de meio ambiente do Estado Luiz Fernandes, Superintendente do Ibama Alex Lacerda, secretario Hildegardo Nunes, e representantes das empresas exportadoras Agropexport, Minerva Foods, Mercurio e ainda da Associação Brasileira de Exportadores de Gado (Abeg), na tarde desta terça-feira, 24.

A intenção é evitar maiores prejuízos ao setor com quebras de contratos e até novos danos ambientais, em razão do confinamento dos  51 mil bois, já comercializados e prontos para exportação em estações de pré-embarque, distribuídas em vários municípios do sul e sudeste do Pará, e que encontram-se já sem alimentacao adequada face ao excesso de tempo na quarentena desses Animais.

“Não estamos liberando o porto em definitivo, isso dependerá do cumprimento total das exigências feitas pelos órgãos ambientais. Trata-se de liberação provisória, emergencial, até para evitar novos danos econômicos e ambientais, pois há 51 mil bois confinados, prontos para embarque à espera dessa liberação, além da quebra de contratos já firmados pelo setor e impactos na área de logística da região de Barcarena’’, afirmou o Secretario de Meio Ambiente luiz Fernandes da Rocha na reuniao ontem a tarde no predio da Sedeme na Rua Senador Lemos

O Pará é o maior exportador de boi vivo do Brasil. Em 2014, foram exportadores 547 mil bois em 1.200 operações de embarque. Os gados são retirados das fazendas e enviados para estações de pré-embarque, onde recebem tratamento para engordar e seguir viagem para o exterior. Atualmente, a produção de bois vivos do Pará abastece 75% do consumo total da Venezuela e 65% do Líbano, além disso, 400 mil cabeças saem daqui, todos os anos, para o Nordeste brasileiro. “Temos o boi mais sadio do País, a exportação do boi em pé é a chancela da qualidade do boi do Pará. A França exporta boi vivo’’, disse Gastão Carvalho, fazendeiro e representante da Abeg, no Pará.

O governo do Estado tem reiteradamente trabalhado para a verticalização de todas as cadeias produtivas. Inclusive a pecuária. Precisamos agregar cada vez mais valor aos nossos produtos e também a carne. Contudo, a exportação de boi vivo é importante para o Estado e em especial para os pecuaristas de todo o Estado. A exportação de boi vivo ajuda a regular os preços para a pecuária e inclusive contribui com a própria agricultura de grãos, pois se produz ração do milho e soja produzidos no Pará para servirem de alimentação para o gado no transporte de navio. Claro que o desastre foi prejudicial a esse ramo da economia paraense, como também foi prejudicial à economia local em Barcarena, prejudicial a todos que exportam pelo porto e à imagem do Pará”, comentou Adnan Demachki.

Os exportadores relataram as dificuldades enfrentadas pelo segmento desde que o porto de Barcarena foi interditado há quase dois meses. Eles garantiram que já foram retiradas 526 toneladas de combustível do navio, que transportava cerca de 700 toneladas, o que significa 80% da carga total. O serviço completo deve ser concluído na sexta-feira, 27.

Eles afirmaram ainda que têm feito pressão junto ao armador, responsável pela retirada do navio e da carga afundada no porto, mas reconheceram que têm pouca ingerência sobre tal decisão, cujo prognóstico para finalização tem um prazo extenso, prevendo a retirada do navio em abril de 2016.  Os empresários afirmaram que tem total interesse em cumprir o que está posto pelos órgãos ambientais, mas reclamaram do pouco tempo hábil para fazer as coisas acontecerem.

Nas últimas semanas, os órgãos ambientais passaram a exigir um Plano de Contigenciamento, uma espécie de manual de o que fazer em eventuais novos acidentes com carga viva, em Barcarena, a empresa Minerva Foods contratou uma empresa para esse trabalho e protocolou o documento no dia 7 deste mês junto à Semas. A Secretaria, no entanto, encontrou falhas na operação descrita, o que gerou um Termo de Referência, cujo prazo de apresentação também foi reclamado pelos empresários.

“As exigências não são simples, mas nossa intenção é atender’’, afirmou Franklin Neiva, da Minerva Foods. “Temos informações de que a carga orgânica se reduziu significativamente, basicamente é osso e couro’’, completou ele.  O navio que afundou tem oito decks, já foram retiradas as cargas dos quatro decks superiores, os demais ainda têm óleo e as carcaças estão concentradas no porão da embarcação.

Fonte: ORM News

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