Pesquisa também mostra que entrega de informações ao pecuarista é falha, o que dificulta a absorção de novas tecnologias e conceitos pelo produtor
DATAGRO
A gestão de custos do negócio e de comercialização da produção é deficiente na pecuária brasileira, aponta a pesquisa “Raio-x da pecuária”, divulgada na noite desta segunda-feira (19), em Campinas (SP), pela empresa DSM, especializada, entre outros segmentos, na área de nutrição bovina. O levantamento envolveu três mil propriedades rurais de todo o País, que contemplam cerca de 6,5 milhões de cabeças de gado.
De acordo com o estudo, 83% dos pecuaristas entrevistados afirmaram que fazem a gestão de custos e despesas do negócio. No entanto, a maioria, cerca de 50%, ainda faz o controle por meio de planilhas simples de Excel, seguido de anotações em caderneta (27%), softwares (12%) e extrato bancário (11%). “Sem saber o seu custo exato, o produtor fica sem condições de avaliar se o valor que o mercado está propondo pagar pela sua produção é justo”, diz Juliano Sabella Acedo, diretor de marketing da empresa, e responsável pela pesquisa.
No que diz respeito a ferramentas de comercialização, o cenário também não é positivo. Segundo o levantamento, 58% dos pecuaristas consultados disseram que não trabalham com nenhum mecanismo de venda da produção. Apenas 3%, por exemplo, afirmaram que negociam no mercado futuro. “A verdade é que o pecuarista patina em gestão de custos e comercialização”, sentencia Sabella.
De acordo com o executivo, o fato é que a entrega de informações para o pecuarista ainda é falha, o que dificulta a absorção por parte do produtor de novas tecnologias relacionadas a manejo, nutrição, etc., bem como conceitos de boa gestão. Ademais, o estudo mostra ainda que, na avaliação dos pecuaristas, custos de produção elevados e falta mão de obra qualificada são os dois principais desafios da atividade.
Fonte: UAGRO