Inoculação de bactérias acelera produção de capim – Portal DBO

Promotoras de crescimento, elas aumentaram a produção de forragem em 60% em trabalho preliminar com a cultivar Paiaguás

Não é de hoje que o produtor conhece os benefícios da inoculação de bactérias promotoras de crescimento em cultivos como a soja, trigo ou arroz. Mas, o que tem sido feito nesse sentido no caso de plantas forrageiras? De acordo com Ulysses Cecato, professor doutor em forragicultura e pastagens da Universidade Estadual de Maringá, PR, ainda muito pouco, e preferencialmente com bactérias  do gênero Azospirillum. De olho nessa lacuna, ele começou a analisar, no ano passado, novas opções, que se mostraram promissoras. Os resultados dos trabalhos fazem parte da tese de doutorado da orientanda Camila Fernandes Domingues Duarte.

Nos experimentos feitos em casas de vegetação, Camila conta que duas bactérias tiveram destaque: a Pseudomonas fluorescens total e a Pantoea spp. “Das braquiárias que inoculamos, a Paiaguás foi a que respondeu melhor, seguida da Xaraés e da Ruziziensis”, afirma. O incremento na produção de massa seca de folhas, em relação ao tratamento testemunha, chegou a 62,6% no caso da cultivar Paiaguás usando a Pseudomonas fluorescens total. A Xaraés, com a mesma bactéria, respondeu com um aumento de 26,1% na produção de matéria seca e a braquiária ruziziensis ficou em 16,3%. Com a Pantoea, os números foram de 55,8%; 20,4% e 28,3%, respectivamente. Em todos os casos também houve aumento na produção de massa seca de colmo. Os tratamentos contaram com aplicação de 20 kg de N/ha no plantio.

De acordo com Cecato, a maior produção de massa seca de folhas e colmo, nos tratamentos com inoculação, pode ser justificada pelo estímulo ao aumento na produção de hormônios de crescimento pela planta.  Na primeira etapa do projeto, o objetivo foi definir quais bactérias, de um grupo de cinco, teriam melhor desempenho, para então fazer testes a campo. A partir de 2017 e em 2018, os pesquisadores irão avaliar o impacto da inoculação para as raízes, como responde a reinoculação, calcular o custo-benefício da técnica e mensurar a necessidade de aplicação de nitrogênio nos tratamentos –  já que a fixação de N promovida pelas bactérias não é suficiente para suprir a demanda do capim.

Vantagens – Para Cecato, ainda é cedo para dizer se o procedimento será de fácil aplicação no campo. “É difícil dizer no estágio em que nós estamos, mas se você pegar uma pastagem com um aumento de 62% na produção de forragem, considerando que um pasto produz 6 toneladas/ha/ano, 30% que fosse já daria 1,8 t/ha/ano a mais”, diz.

Associado a esse benefício, Cecato acredita que o custo também deve estimular o interesse pela tecnologia. “Os preços de mercado hoje da inoculação giram em torno de R$ 15/ha para o milho, por exemplo. Então, por mais que seja cedo para precisar, nós acreditamos que o uso da tecnologia será muito oportuno”. Do lado da sustentabilidade, a vantagem também é significativa, segundo o pesquisador, uma vez que seria possível reduzir a aplicação de nitrogênio no solo – que quando se perde, com a volatilização ou lixiviação, gera impacto ambiental. 

A pesquisa, financiada pela Fundação Agrisus, é feita em parceria com a Embrapa Soja e tem apoio especial da pesquisadora Mariangela Hungria. No futuro, também existe interesse em avaliar o comportamento de capins Panicum na presença das bactérias.

Fonte: Portal DBO
 

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