Líderes do agronegócio procuram Marina Silva

Lideranças do agronegócio decidiram quebrar o gelo e buscar uma aproximação com a ex-senadora Marina Silva, hoje a aliada mais influente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência da República.

54116a3486fe293edb95c0940945ce12O aceno partiu dos dirigentes da SRB (Sociedade Rural Brasileira), entidade que congrega empresários de vários segmentos do agronegócio, e que sempre encarou Marina como inimiga de seus interesses. Na semana passada o presidente da entidade, Cesario Ramalho, procurou a ex-senadora durante um evento em São Paulo para um primeiro contato.

“Disse a ela que a gente precisa se aproximar, construir uma ponte entre o agronegócio e o meio ambiente”, disse Ramalho. “Quando era ministra [do Meio Ambiente] Marina não nos recebia, mas agora foi receptiva. Ela precisa entender que não somos do mal, não somos devastadores de florestas.”

OPÇÃO

O interesse no diálogo com Marina já existia, mas ganhou uma dimensão maior depois que ela se juntou a Eduardo Campos. Os ruralistas de São Paulo, tradicionalmente tucanos, têm mostrado simpatia pelo governador de Pernambuco.

Embora tenham se assustado com a presença de Marina ao lado dele, agora tentam estabelecer uma convivência pacífica com a ex-senadora porque acham que ela pode ajudar Campos a ser uma opção competitiva no ano que vem.

“A eleição para presidente passa pela Marina, isso não se discute”, diz Ramalho. “Vamos conversar, mas não sei no que isso vai dar. Se ela tiver nossa confiança, poderá ter nosso apoio”.
O grupo de Marina demonstra interesse no diálogo, mas ainda tem dúvidas quanto aos interlocutores com quem deve conversar. Politicamente, o setor rural é muito dividido, com predomínio de um grupo refratário a suas ideias, liderado pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e aliada de Dilma Rousseff.

Marina e os ruralistas divergem em vários pontos sobre a legislação que regula a preservação ambiental. Basicamente, ela acha as regras insuficientes, enquanto eles acham tudo um exagero.

Na votação do Código Florestal, aprovado em 2012, houve confronto porque ela trabalhou para que todos os desmatadores fossem obrigados a recuperar ou compensar os estragos que fizeram, mas os ruralistas conseguiram limitar o alcance da lei.

Os produtores rurais ficaram especialmente contrariados com Marina recentemente, quando ela vetou a presença do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) no grupo de apoio à candidatura de Eduardo Campos. O episódio forçou Campos a fazer uma peregrinação junto ao agronegócio para desfazer o mal-estar.

CAMINHO DO MEIO

“Ela tem as posições dela, nós temos as nossas. Vamos deixar o radicalismo de lado e procurar o caminho do meio”, afirmou Gustavo Junqueira, conselheiro que deve assumir a presidência da SRB em 2014. O futuro dirigente, que pretende levar adiante o diálogo com a ex-senadora, acha que a tarefa é uma exigência dos novos tempos.

“O agronegócio brasileiro avançou muito nos últimos anos, e Marina, com o peso político que tem, pode nos atrapalhar ou nos ajudar muito. Ela tem reconhecimento internacional, pode abrir mercados importantes lá fora”, disse Junqueira.

Fonte: A Crítica, Campo Grande – MS

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