Manejo correto da vacinação eleva produtividade na pecuária

Propriedades rurais com foco em produção animal têm o manejo da vacinação como uma prática integrada ao seu cotidiano. A estruturação adequada de um programa de controle sanitário pode reduzir doenças, perdas nos rebanhos e, como consequência, aumentar a produtividade do negócio.

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Conforme o médico veterinário Luciano Bastos Lopes, pesquisador da Embrapa em Saúde Animal, a vacinação aumenta a imunidade dos animais frente às infecções por microrganismos ou infestações parasitárias. Ele também defende a prática pelo interesse econômico, como no caso da febre aftosa, cujas falhas no processo de imunização podem levar a perdas de milhões de dólares.

“Um rebanho bem protegido é capaz de expressar seu potencial genético, alcançando altas produtividades, além de produzir matéria-prima de qualidade para o beneficiamento de produtos de origem animal”, afirma.

O momento da vacinação varia conforme a doença. Lopes indica que a imunidade passiva, proveniente das mães pelo colostro, protege nos três primeiros meses de idade, no caso dos ruminantes. Após, o mecanismo de defesa amadurece e passa a produzir anticorpos de proteção ao longo da vida. “A vacinação colabora com esse processo, estimulando a produção de uma gama maior de anticorpos e em maior número”, explica.

De forma geral, as primeiras vacinas são adotadas a partir do quarto mês de vida, embora haja particularidades. Um exemplo é a B19 (contra brucelose), cuja aplicação nas fêmeas deve ocorrer em dose única entre o terceiro e o oitavo mês de vida. “Há uma razão técnica para isso, além de ser compulsória em todo o território nacional”, diz.

Segundo Lopes, a frequência e o número de doses devem seguir critérios técnicos. É recomendável adotar a programação de um calendário sanitário específico para a propriedade, com base na avaliação de um médico veterinário.

Manejo

O pesquisador alerta que o manejo incorreto da vacinação pode resultar em ineficiência da resposta imune, não atendendo às expectativas de produção de anticorpos. Outro problema é a formação de abcessos pela utilização de material contaminado, como agulhas e seringas, o que pode gerar perdas nos frigoríficos e, em casos mais graves, até a morte de animais. “A má conservação das vacinas também pode ser responsável por essas perdas”, adverte.

Ao citar a B19, Lopes lembra que há vacinas vivas, as quais podem causar sintomas clínicos caso ocorra algum acidente com humanos. É o que acontece na contenção incorreta dos animais, somada à falta de equipamento de proteção individual, como óculos.

Entre os erros mais frequentes no controle sanitário, estão a escolha equivocada de vacinas, a falta de embasamento quanto à frequência de aplicação e número de doses, manutenção e higiene precária dos equipamentos, a má contenção dos animais, aplicação em local inadequado ou por via incorreta e o armazenamento de vacinas em locais impróprios.

“É importante o produtor se conscientizar da adoção de um programa sanitário e se informar sobre o assunto. As perdas diretas e indiretas são enormes. A saúde animal não deveria ser tão negligenciada”, conclui.

Fonte: Terra

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