Novos caminhos para a China passam pelo Pará

Comitiva do Estado participa de encontro em Pequim para debater investimentos sustentáveis. Projeto de ferrovia está na mira dos investidores

Tudo indica que nos próximos anos o Brasil deverá receber uma segunda onda de investimentos chineses. Analistas de mercado garantem que várias empresas estão avaliando a possibilidade de entrar no País e investir em diferentes áreas, como energia renovável, portos, mineração, papel e celulose, saúde, logística, agronegócio, telecomunicações e em transporte ferroviário, dando continuidade ao que se tem visto em 2017, quando, até outubro, aquisições chinesas no Brasil já movimentaram cerca de R$ 35,3 bilhões.

A conexão cada vez maior com a China é um dos resultados da estratégia incisiva do governo do Pará em busca de parceiros para empreendimentos no Estado que consolidem o potencial logístico, colaborem com a meta de verticalização da produção e apoiem a opção pelo desenvolvimento sustentável. Essa estratégia se acentua ainda mais com o projeto da Ferrovia Paraense, que será decisiva na atração e empreendedores. A primeira preocupação foi assegurar a viabilidade do empreendimento. O estudo durou um ano e meio e foi realizado por alguns dos melhores especialistas do Brasil. O passo seguinte é convencer investidores a se tornarem parceiros na empreitada, que implica em um investimento estimado em 14 bilhões de reais. Para isso, representantes do Pará fazem uma jornada incansável. São viagens, reuniões, debates, apresentações, nos quatro cantos do Brasil, com todos os segmentos possíveis, incluindo empresas, em todos os níveis do poder público, com representantes da sociedade civil. Além da China, setores da Rússia e da Argélia demonstram interesse no projeto, que foi mostrado também na Alemanha e em fóruns de desenvolvimento que têm prestígio internacional e participação de dezenas de países. A confiança cresce. Nove empresas dos setores de mineração e agronegócio firmaram compromisso antecipado de contratar transporte de carga quando a ferrovia estiver pronta. Entre essas empresas estão a Vale, a Norks Hydro, a Mineração Irajá, a Alloys Pará, a Araguaia Níquel Mineração Ltda, a Cevital e a Alubar Metais e Cabos S.A.

Diante do cenário favorável, em setembro passado, representantes do governo do Estado do Pará estiveram em Pequim para apresentar a autoridades e empresários locais projetos de desenvolvimento e as potencialidades da região. A missão ao Oriente foi liderada por Simão Jatene, governador do Estado do Pará, e ainda contou com a presença dos secretários de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, e de Meio Ambiente, Luiz Fernandes, além de deputados estaduais.

No primeiro dia em Pequim, a comitiva participou do II Fórum de Desenvolvimento, Reforma e Governança do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Esse momento é bastante importante, pois aqui há outras empresas da China e dos demais países que compõem o Brics que, ao conhecerem melhor o Pará, também poderão investir no Estado”, disse Sun Ziyu Sun Ziyu, vice-presidente da China Communications Constructions Company (CCCC), uma das maiores empresas na área de infraestrutura do mundo. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL No Fórum, Simão Jatene representou o Brasil no painel “Visão e Planejamento: desenvolvimento sustentável no setor de transportes do Brics”, presidido pelo próprio Sun Ziyu. Em sua palestra, assistida por lideranças governamentais, diretores de empresas estatais e investidores privados dos cinco países membros do Brics, o governador do Pará explicou em detalhes o projeto da Ferrovia Paraense, que tem atraído atenção internacional justamente por ser considerada uma das principais obras de infraestrutura do Estado nos próximos anos.

“A Ferrovia Paraense representa um exemplo concreto de um projeto concebido com o objetivo de avançarmos na questão da logística, contemplando também a preocupação social e a ambiental.” SIMÃO JATENE, GOVERNADOR DO PARÁ

Estimada em R$ 14 bilhões, a Ferrovia Paraense deverá atravessar a porção oriental do Estado de Sul a Norte em 1.312 quilômetros, cruzando 23 municípios e com capacidade para transportar até 170 milhões de toneladas de carga por ano. “A Ferrovia Paraense representa um exemplo concreto de um projeto concebido com o objetivo de avançarmos na questão da logística, contemplando também a preocupação social e a ambiental”, disse Simão Jatene, durante o evento.

Os desafios que devem ser superados na busca pelo desenvolvimento harmônico e sustentável no mundo, em especial na Amazônia, foi justamente um dos focos da atenção dos presentes. Por isso, o governador destacou o trabalho realizado no Estado por meio de ações integradas, que envolvem políticas públicas nas áreas econômica, social e ambiental, consideradas os pilares do programa Pará Sustentável.

Com posição geográfica privilegiada em relação aos maiores mercados e portos do mundo, e matéria-prima para a indústria mineral, o Pará tem conquistado grandes avanços também na área do agronegócio, além de destino para investimentos em turismo, e como fornecedor de energia.

Fonte: O Estado de S. Paulo – 

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