Número de milionários dobrou em 10 anos no Pará

As regiões Norte e Nordeste concentram a maioria dos novos milionários brasileiros, que fizeram fortuna entre os anos de 2003 e 2013. A informação é confirmada por um levantamento feito pela Receita Federal, publicado no site da Folha de São Paulo, com base nas declarações de renda entregues no ano passado.

Nesse período, surgiram 11,4 mil ‘neorricaços’, ou seja, que têm renda anual acima de 1 milhão de dólares (R$ 2,6 milhões), em 13 Estados, sendo seis da região Norte e cinco da região Nordeste, contra apenas dois da região Centro-Oeste e zero do eixo Sul-Sudeste.

Proporcionalmente, Tocantins bate o recorde de crescimento nesse sentido com 510% mais milionários hoje do que tinha há dez anos – 61 hoje, apenas dez antes -, mas, em números reais, o Pará apresenta o segundo maior crescimento na região, pulando de 72 para 155 milionários, perdendo apenas para o Amazonas.

Hoje são 29,8 mil milionários no Brasil, 61% a mais do que havia em 2003 – 18,5 mil. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda concentram mais de 80% deles, mas apresentaram uma adesão muito menor em relação às demais regiões.

PROJETOS

Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Estado do Pará, Nélio Bordalo, a notícia não causa surpresa à entidade e ele adianta que a tendência é que esses percentuais subam nos próximos anos, principalmente diante da implantação dos grandes projetos, pela abundância de matéria-prima que existe no Estado e nas duas regiões, bem como pelo inchaço natural dos grandes centros comerciais do Brasil.

“Ainda há muito o que se explorar nas áreas da mineração, do agronegócio e do turismo. Acredito que esses sejam os maiores atrativos para o empresariado que se desloca para o Norte e para o Nordeste, tanto pela possibilidade de lucro quanto pela possibilidade de investimentos variados. Veja que Tocantins, um Estado novo e cheio de oportunidades, despontou nesse processo”, analisa.

“Junto disso nós temos a concorrência acirrada no mercado de trabalho nas regiões Sul e Sudeste e uma consequente busca por uma melhor qualidade de vida, o que também implica em custo de vida mais barato. Não adianta ganhar bem, ganhar muito, se moradia e alimentação consomem quase tudo o que se ganha, a pessoa quer um metro quadrado mais barato para morar. Não à toa, vê-se uma migração da capital para o interior em busca de oportunidades que atendam essa procura”, detalha.

Ele lembrou a projeção da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) de investimento de cerca de R$ 160 milhões para o Estado em geração de emprego e renda para os próximos anos como indício de que os próximos levantamentos devem mostrar números e percentuais maiores às duas regiões.

“Grandes projetos, como os que visam locais como Belém, Carajás, Tapajós e Xingu, por exemplo, inevitavelmente provocam uma expansão do entorno, nos mais variados tipos de negócio, e isso precisa ser acompanhado também de um planejamento de qualificação para as pessoas que serão absorvidas por essas novas oportunidades de trabalho”, alerta Bordalo.

(Diário do Pará com informações do site da Folha de São Paulo)

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