Pau de balsa ainda desperta interesse dos produtores rurais

Mesmo com sério problemas de comercialização e de ausência de parâmetros para o plantio, o interesse pelo pau de balsa tem crescido e não somente em Mato Grosso, mas em todo o Brasil. O Serviço de Atendimento ao Cidadão da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, tem recebido inúmeras solicitações de informação vindas de todas as regiões do país.

O pesquisador da Embrapa Maurel Behling explica que o resultado consolidado da pesquisa mostra que o pau de balsa não tolera temperaturas baixas e geadas, nem períodos de déficit hídricos muito prolongados. “Tivemos demandas para o plantio no Nordeste. A ressalva é que se esse período seco for muito prolongado, o pau de balsa não vai ter um desenvolvimento satisfatório. Mas isto precisa ser testado. Como ele tem uma variabilidade genética muito grande, pode ser que haja algum material com certa tolerância a essas condições”.

O engenheiro agrônomo Julio Santim recomenda cautela no plantio. A dica do pesquisador é que se cultive inicialmente em pequenas áreas para testar o desempenho das árvores. Em Guarantã do Norte, onde a Embrapa realiza a pesquisa, são muitos os produtores que demonstram interesse em investir no plantio do pau de balsa. “A orientação é que iniciem o cultivo de forma lenta, porque ainda estamos desenvolvendo a pesquisa e ainda não temos muitas orientações. Assim que tivermos mais garantias, vamos motivar a plantar mais”.

Outro aspecto importante e que já está sendo articulado por produtores e indústria madeireira é a legislação estadual para plantios comerciais de espécies florestais. Ainda não há legislação estadual para a silvicultura. Há apenas a fiscalização das áreas de manejo. O objetivo é ter esta legislação antes da colheita destas florestas que estão sendo plantadas.

Desenvolvimento – Classificada como espécie pioneira, o pau de balsa tem rápido crescimento. Em um ano chega a atingir quatro metros de altura e o tronco pode chegar aos 10 cm de diâmetro. Estas características favorecem seu uso em sistemas integrados de produção, sobretudo em sistemas silvipastoris. “Esta é a vantagem do pau de balsa em relação a outras espécies utilizadas no reflorestamento. Mas é importante destacar que esse crescimento rápido só é possível com uma adubação adequada”, ressalta o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Maurel Behling.

O pau de balsa também é utilizado na integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF). Mas quando se faz essa opção é preciso ter alguns cuidados. Um experimento feito em uma Unidade de Referência Tecnológica montada na fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT), mostrou que o espaçamento entre os renques deve ser maior do que o utilizado com outras espécies florestais.

Nesta área, os renques de pau de balsa, com três linhas cada um deles, ficaram distantes 20 m. Entretanto, após quatro anos, as copas das árvores bloquearam quase toda a entrada de luz entre os renques, prejudicando o crescimento da planta forrageira. “Com o pau de balsa devemos utilizar uma distância entre 30 e 40 em função da estrutura da copa das árvores”.

O manejo das árvores também é fator crucial para o aproveitamento desta espécie nos sistemas integrados de produção. Assim como em áreas comerciais de plantio de pau de balsa, a poda pode elevar a trifurcação, permitindo maior entrada de luz no sistema. “Com a poda das árvores é possível formar um fuste maior, não deixando a trifurcação baixa. Com a elevação da copa através da poda, será possível permitir maior passagem de luz para o sub-bosque”.

Fonte: Portal do Agronegócio

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