Pecuária com toque feminino

A máxima “por trás de um grande homem sempre existe uma grande mulher” muitas vezes não se aplica na pecuária nacional, mesmo sendo um ambiente habitualmente masculino. Não é por acaso que hoje é possível encontrar grandes mulheres à frente de projetos incríveis envolvendo as mais diversas raças bovinas. E não é só na fazenda que elas mostram a que vieram. Nas entidades de classe, e até no governo, fazem brilhar a paixão que têm pela atividade que escolheram para suas vidas profissionais.

pecuaria_femAliás, a opção pelo trabalho no campo é um sentimento muito forte para a grande maioria delas. Pelo menos na opinião da médica-veterinária Ice Cardetti Garbellini, gerente técnica da Brazilian Cattle Genetics, braço de exportação da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), e juíza de raças zebuínas: “Acredito que estar na pecuária seja uma escolha de vida. As pessoas nascem com esse dom. Desde que eu era muito pequena já tinha certeza de que mexeria com bovinos. Acho que deveria ter 5 ou 6 anos de idade quando me decidi por isso e nunca me vi senão trabalhando com o gado”.

O mesmo aconteceu à criadora de Simental Rosalu Fladt Queiroz, segunda vice-presidente do Núcleo Paulista da Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil, quando assumiu a sua fazenda, situada na cidade de Nantes, interior de São Paulo, em 1999. “Já li em diversos lugares que a pecuária é apaixonante, e comigo não foi diferente. Trabalhar com a natureza nos ensina a pautar o tempo nas estações, respeitando as chuvas e os invernos e a pecuária de cria se encaixa nisso. É maravilhoso ver a bezerrada nascer e crescer nos campos”, comenta. Ela conta que foi ao inserir a vacada no computador para melhorar controle do rebanho que seu pai percebeu a hora de transferir o gerenciamento da fazenda para ela, mesmo sem ter nenhuma especialização, uma vez que é formada em hotelaria, setor no qual atuou por 18 anos.

Essa identificação com a pecuária acaba sendo natural para todas elas, não só pelo contato com os animais, mas também pelo fato de que a criação é uma tendência inata. “A mulher entende mais, tem mais sensibilidade e isso tudo faz com que se envolva intensamente e goste da atividade”, comenta Alice Ferreira, criadora e vice-presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), acrescentando: “acho que é por isso que estão surgindo tantas mulheres ligadas à pecuária. Elas veem florescer o instinto maternal, aquela coisa do belo, do melhoramento. Além do mais, são detalhistas e minuciosas, mais críticas e realistas que o homem. Enxergam com mais profundidade e quando trabalham na criação não pensam em só um lado – o comercial, por exemplo –, observam também o aspecto de criação, de criadora, do seu plantel. Olham com outros olhos, de querer melhorar o ser. A mulher precisa ter a conquista da melhora. É isso que ela mais enxerga. É a mãe melhorando seus filhos”.

Fonte: Revista AG por Silvia Palhares

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