PF desarticula grupo especializado em desmatamento e grilagem no Pará – Globo Rural

Organização criminosa desmatou mais de 29 mil hectares e por meio de pessoas físicas e jurídicas movimentou mais de R$ 1 bilhão entre 2012 e 2015

 

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (30) a Operação Rios Voadores, com o objetivo a desarticular uma organização criminosa especializada em desmatamento ilegal e grilagem de terras públicas federais no Estado do Pará.

Também participam da operação o Ministério Público Federal, a Receita Federal do Brasil e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Foto: Reprodução/AgênciaBrasil
Foto: Reprodução/Agência Brasil

A operação foi deflagrada nos municípios paraenses de Altamira e Novo Progresso, além de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Cerca de 95 policiais federais, além de auditores da Receita Federal e analistas do Ibama cumprem as 51 medidas judiciais: 24 prisões preventivas, 9 conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão, em empresas e casas pertencentes aos investigados.

As investigações começaram após a Operação Kaiapó, realizada pelo Ibama, em 2014, por meio de atos de fiscalização no interior e no entorno da Terra Indígena Menkragnoti, situada no município de Altamira.

Na ocasião foram apreendidas 26 motosserras e 3 motocicletas, além de desmontados 11 acampamentos. Também foram detidas 40 pessoas e identificado o responsável pelo desmatamento da área embargada (mais de 13 mil hectares).

Consta que o principal investigado desmatou, entre os anos de 2012 e 2014, mais de 29 mil hectares, sendo multado pelo Ibama na cifra de R$ 119 milhões. As informações da Receita Federal dão conta que a organização criminosa, por meio de pessoas físicas e jurídicas, movimentou mais de R$ 1 bilhão, entre 2012 e 2015, grande parte de origem ilícita ou incompatível com os rendimentos dos titulares das contas.

De acordo com as investigações, os principais investigados e beneficiados com a prática criminosa eram protegidos por outros membros da organização que serviam como “testas de ferro”.

Mediante a falsificação de documentos e outras fraudes, as pessoas de confiança dos cabeças da organização criminosa assumiam a propriedade da terra grilada por seus “patrões” chegando a admitir a prática de crimes ambientais. “Eles preservam o nome dos reais autores da conduta, quando flagrados em fiscalizações do Ibama realizada durante uma das fases da investigação”, informa a PF em nota.

A Estrutura do Crime

A organização criminosa estruturava-se em quatro núcleos: 1) núcleo operacional (executam o desmatamento); 2) núcleo referente aos agentes que compram terras desmatadas ilegalmente; 3) núcleo financeiro (financia o desmatamento); 4) núcleo familiar (dissimulação das vantagens econômicas obtidas).

O núcleo operacional subdividia-se em quatro grupos: o primeiro eram os agenciadores de mão de obra (gatos); o segundo era composto pelos gerentes das fazendas desmatadas ilegalmente; o terceiro pelos “testas de ferro”; e o quarto pelos agrimensores que fraudavam o cadastro ambiental.

Os crimes investigados são: organização criminosa; falsificação de documentos; a prática, de forma reiterada e habitual, de desmatamento ilegal, ateamento de fogo e grilagem de terras públicas federais, na Amazônia brasileira (visando a criação gado e cultivo de soja e arroz); ocultação e dissimulação das vantagens econômicas obtidas.

Fonte: Globo Rural

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