Produtores denunciam “cartel da carne”

Os produtores rurais do Pará encamparam uma luta contra a suposta criação de cartéis no sudeste do Estado. Desde a entrada do Grupo JBS em território paraense, com a aquisição do frigorífico Bertin, em Marabá, no ano de 2009, os ruralistas acompanham o arrendamento de diversas plantas industriais nos municípios de Redenção, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, Eldorado dos Carajás, Novo Repartimento, Altamira e Novo Progresso, todas incorporadas à mesma companhia, que é considerada a mais sólida empresa privada do País. Para evitar o que os produtores chamam de cartelização, os representantes do agronegócio estão se mobilizando e prometem levar a denúncia à Câmara dos Deputados, em Brasília.

imagesA movimentação começou a se materializar no dia 23 de novembro, durante o 40º Encontro Ruralista, promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa). Na ocasião, representantes e lideranças de 130 sindicatos de produtores rurais tornaram pública a Moção 003/2013, que expõe diversos fatos relativos à configuração de cartel por parte da JBS. Segundo aponta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuáiria do Pará (Faepa), Carlos Xavier, o documento é dirigido, principalmente, às autoridades federais e estaduais, e expressa a profunda preocupação do agronegócio paraense. “Esse quadro começou a se desenhar há dois anos, com a concentração do poder de compra do boi vivo para abate e industrialização nas mãos de um único grupo econômico”, denuncia.

No documento, os ruralistas se dizem favoráveis à verticalização do setor agropecuário, porém, sem a tendência de monopolização da indústria da carne. Os produtores acusam a JBS de ser responsável pelo “gritante achatamento do preço da arroba do boi, sendo o menor preço do Brasil”, o que resultou no fechamento de diversos frigoríficos na região sudeste do Estado. O texto relata que das 15 unidades frigoríficas para exportação e comercialização interna registradas no Serviço de Inspeção Federal, 11 pertencem ao Grupo JBS localizadas nos municípios de Redenção, Marabá, Santana do Araguaia, Tucumã, São Félix do Xingu, Novo Progresso, Xinguara, Eldorado dos Carajás, Altamira, Água Azul do Norte e Santa Maria das Barreiras.

Xavier caracteriza a questão como “abusiva em todos os sentidos”, e que acarreta vários reflexos negativos na economia, dentre os quais a perda de aproximadamente 870 postos de trabalho direto e indireto por planta. “Além disso, tem os impostos que o Estado deixa de recolher em razão da paralisação dessas atividades, causando, em razão disso, o agravamento das questões sociais que advém da não geração de empregos e rendas”, comenta Xavier. Ele também assegura que a medida faz com que os investidores percam o interesse no mercado paraense.

Fonte: Jornal O Liberal

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