Programa da Sagri vai retomar a produção de borracha vegetal no Pará

A comercialização de borracha nativa foi uma das melhores fases da economia paraense, quando o Estado e a capital, Belém, viveram o auge do período que ficou conhecido como Belle Époque. O tempo passou e com o contrabando das sementes de seringueira para a Ásia, o Pará viu esse segmento definhar. Mas ele ainda subsiste e o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), trabalha em um projeto para a revitalização do plantio e comercialização da borracha vegetal. Os detalhes finais do programa foram apresentados na manhã desta última quinta-feira, 22, na sede da Sagri, em encontro que reuniu, além de assessores da secretaria, representantes da Faepa, Embrapa, Ceplac, UFRA, Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e Banpará.

n_regiao_borracha_31009O programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Borracha Natural no Pará, que terá lançamento oficial em setembro deste ano, dentro da programação do I Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2013, faz uma projeção de ações e trabalho de campo cobrindo cerca de 20 anos, com metas a serem alcançadas até 2030.

O objetivo geral do programa é a revitalização dessa cultura, fazendo com que o Pará ajude o Brasil a se tornar autossuficiente na produção de borracha vegetal. Atualmente, o Brasil investe quase US$ 1 bilhão ao ano na importação desse produto, que é direcionado quase inteiramente à produção de pneus. O Pará responde por menos 2% da produção nacional de borracha natural, cujo maior estado produtor é São Paulo, seguido da Bahia e Mato Grosso.

Para Luiz Pinto, assessor do programa, a produção de borracha vegetal tem mercado certo e por isso os investimentos no segmento terão retorno sem riscos. “O que for investido terá mercado cativo, porque a demanda é muito grande”, afirmou.

Linhas – O programa tem três linhas de ação. A primeira é a que prevê plantação de seringueiras em SAFs (Sistemas Agroflorestais), a segunda contempla a plantação em áreas de escape climático e a última a revitalização de seringais nativos. A plantação em SAFs prevê o cultivo da seringueira consorciado a outra cultura, como cacau, banana e café; a que se utiliza da área de escape estuda a melhor adaptação da seringueira ao clima de cada região do estado, e a revitalização de seringais nativos vai buscar antigas plantações nas áreas ribeirinhas do Marajó e Baixo Tocantins.

Para as duas primeiras linhas de ação do programa o grande desafio é o melhoramento genético das sementes, cujo material já está sendo pesquisado pela Embrapa. A revitalização dos seringais nativos, além do enfoque econômico, prioriza a parte social, já que o projeto será efetivado junto às famílias dos pequenos agricultores ribeirinhos. A meta até 2030 é que cerca de 50 mil famílias de ribeirinhos sejam beneficiadas com o projeto.

À Sagri cabe a implantação do projeto, acompanhamento técnico e a viabilização para a criação de linhas de crédito acessíveis aos produtores. Para Sérgio Menezes, gerente de Agronegócio da Sagri, o programa representa o resgate de uma cultura importante para desenvolvimento econômico do estado, além de ter um elemento ambiental bastante forte, já que as plantações de seringais são as que mais capturam carbono da atmosfera, contribuindo assim para redução da emissão de gases do efeito estufa.

Fonte: Agência Pará

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