Suíno Vivo: Cotações interrompem altas e fecham a semana com recuos de preços em São Paulo e Rio Grande do Sul – Notícias Agrícolas

Na sexta-feira (26), o mercado de suíno vivo encerra a semana interrompendo o movimento de altas observado no último mês. Grande parte das praças de comercialização definiram cotações estáveis, enquanto algumas regiões registraram quedas de preços. Já os embarques podem fechar o mês de agosto com recorde para o período.

Fonte: Internet
Fonte: Internet

O analista de mercado, Fabiano Coser, explica que o mercado voltou a perder força devido a retração na demanda. “Reforçando que o movimento de alta se deve estruturalmente ao mercado externo e que as vendas do varejo doméstico ainda se encontram fortemente retraídas”, explica.

Com o período do mês – quando a procura pela proteína diminui –, o mercado acabou interrompendo as altas que vêm sendo registradas já há um mês. A Scot Consultoria aponta que nesta semana as cotações perderam sustentação, devido a demanda enfraquecida.

“No atacado, as indústrias tentam se abastecer com o mínimo possível, aproveitando as condições mais vantajosas de preços e mantendo os estoques enxutos”, aponta a consultoria.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) também explica que as cotações vêm perdendo a força devido a demanda enfraquecida do período. Além disso, também registrou redução na competitividade frente às demais proteínas, como a carne de frango e boi.

“O bom desempenho dos embarques e a oferta de animais relativamente enxuta no mercado doméstico não têm sido suficientes para sustentar o mercado interno, e os preços do suíno vivo e da carne caíram nos últimos dias, pressionados pela menor demanda”, aponta o boletim do Centro.

O presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, explica que nesta semana o mercado perdeu parâmetros devido ao movimento de especulação.“Diante dos novos patamares, o suinocultor volta a perder e perder muito. A relação de troca na semana passada era de: um quilo de suíno comprava 2,10 quilos de milho. Agora compra apenas 1,89 quilos de milho”, aponta a associação em nota.

Com isso, os custos de produção seguem como preocupação ao setor, mesmo com as últimas reduções para o milho com o avanço da colheita da safrinha. De acordo com matéria divulgada pela agência de notícias Reuters, a Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal) prevê que o cenário deve reduzir o alojamento de aves e suínos no 2º semestre.

A projeção aponta que a o consumo de ração pode se manter próximo ao registrado nos primeiros seis meses de 2016 – o que significa uma redução no consumo, visto que o segundo semestre do ano costuma apresentar aumento.

Além disto, nesta semana a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também realizou leilões de vendas estoques públicos de milho, destinados a criadores para amenizar o cenário de escassez do cereal. Foram ofertados 50 mil toneladas, com arremate de apenas 47,62% do total.

Preços

O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior redução ocorreu em São Paulo, com recuo de 5,58%. No início da semana, a bolsa de suínos paulista definiu negócios entre R$ 85,00 a R$ 87,00/@, o mesmo que R$ 4,53 a R$ 4,64 por quilo do animal vivo.

No Rio Grande do Sul, os últimos dias também foram de recuo, com baixa de 0,98% na semana. Segundo pesquisa realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), a cotação média paga aos suinocultores independentes passa de R$ 4,10/kg para R$ 4,06/kg.

Além disto, a cotação média para a saca de milho de 60 quilos também apresentou redução, diante do avanço da colheita da safrinha. Com isso, o preço pago no estado passa de R$ 48,66 por saca para R$ 46,66 nesta semana.

Por outro lado, as cotações em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram recuperação na semana, subindo, respectivamente, 3,86% e 3,87%.

Exportação

Os embarques de carne suína in natura continuam registrando bons resultados em agosto. Na parcial do mês, divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), aponta que em 15 dias úteis foram exportados 42,1 mil toneladas.

Com média diária de 2,8 mil toneladas, o resultado chega a ser 40% a mais que o volume por dia de agosto de 2015 e 12,8% superior ao mês passado. Em receita, os embarques somam US$ 92,6 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.198,4.

O Cepea explica que o mês pode encerrar com dados recordes para o período, caso sigam com o ritmo registrado. “Segundo pesquisadores do Cepea, se a média diária for mantida, o total exportado neste mês será recorde, de 65 mil toneladas”, aponta o boletim desta semana. 

Por: Sandy Quintans

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