Descubra o que é irrigação e as novas maneiras de como esta técnica milenar pode ser aplicada.
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Depois de dois anos sofrendo com índices pluviométricos abaixo do esperado em diversas regiões, o debate sobre a irrigação volta a ganhar força no agronegócio brasileiro. Os efeitos causados pelo fenômeno La Niña e pela alta histórica do desmatamento afetaram grandes áreas produtoras do Brasil.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura (FAO), menos de 20% das áreas cultivadas do planeta contam com sistemas de irrigação, mas estas produzem 40% dos alimentos, fibras e culturas bioenergéticas.
No Brasil, segundo dados do Atlas Irrigação, lançado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a área irrigada é de 8,2 milhões de hectares. Destas, 64,5% (5,3 milhões de hectares) utilizam água de mananciais e 35,5% (2,9 milhões de hectares) utilizam água de reuso. Estima-se que até 2040, o número de áreas irrigadas aumente pouco mais de 50% e atinja 12,4 milhões de hectares.
O que é irrigação?
A irrigação é o ato de levar, artificialmente, recursos hídricos provenientes de rios, poços, lagos artificiais ou outros reservatórios, para áreas escolhidas. Normalmente utilizado em regiões áridas ou semiáridas, a irrigação vem ganhando importância no agronegócio devido à constante mudança do ciclo da chuva.
A irrigação não significa apenas levar água para uma planta, mas fazê-lo na quantidade ideal e na hora certa. Quando utilizada corretamente, a técnica pode aumentar a produtividade em duas a três vezes, e melhora a qualidade e a regularidade dos produtos.
Ao longo da história, diferentes métodos de irrigação foram utilizados. O mais comum no planeta é a irrigação por superfície, quando a água é aplicada diretamente no solo através de faixas e sulcos cavados no terreno ao redor das plantas. A água se move de uma fonte através da gravidade, para isso o terreno precisa ser nivelado e ter uma declividade projetada corretamente.
O maior custo para a aplicação da irrigação por superfície é o nivelamento correto do terreno, apesar de ser um método barato ele pode ser pouco eficiente. Um grande volume de água pode ser perdido pelo escoamento profundo que é inerente a esta técnica.
Atualmente, a tecnologia possibilitou novos métodos de irrigação, vamos conhecer mais sobre cada um deles.
Irrigação por gotejamento
No sistema de irrigação por gotejamento, a água é distribuída por tubos de polietileno e gotejadores são instalados próximo às plantas. Este método é bastante eficiente, pois a quantidade exata de água pode ser aplicada na planta e no solo próximo, garantindo que pouca água seja perdida com a evaporação. Além disso, este sistema garante maior eficiência energética (as bombas utilizadas consomem menos energia do que a irrigação por aspersão) e pode ser automatizado, gerando pouco gasto com mão de obra.
Irrigação por aspersão
Muito usada em pastagens e para grãos, como soja e milho, a irrigação por aspersão é um método que consiste em uma imitação da chuva. A água é trazida de um reservatório e bombeada por um canal de distribuição até os aspersores, itens que expelem a água para o ar. A água se transforma em gotículas que caem sobre o solo.
Este método também pode ser automatizado, mas seu custo de instalação e operação são mais altos do que o da irrigação por superfície. Apesar de poder ser usado em diferentes tipos de solo, a irrigação por aspersão é mais indicada nos solos que necessitam de irrigação mais frequente em menor quantidade.
Irrigação automática
Como vimos, tanto o método de irrigação por aspersão, como a irrigação por gotejamento podem ser automatizados. As necessidades energéticas variam conforme as configurações de cada projeto, porém os custos para a irrigação por gotejamento tendem a ser menores, visto que a pressão da água não precisa ser tão forte.
Por: Canal Agro