Profissionais atuam em diversos países e são peças-chave na divulgação do programa a autoridades e investidores.
O programa de recuperação de pastagens degradadas do Ministério da Agricultura e Pecuária foi apresentado, na última segunda-feira (27), durante painel do 5º Encontro dos Adidos Agrícolas Brasileiros, em Brasília (DF). A iniciativa deve ser lançada nas próximas semanas pelo Governo Federal e tem potencial de dobrar, em uma década, a produtividade agropecuária brasileira, sem utilizar ou comprometer áreas de floresta nativa. O programa também deve ser destaque durante a participação brasileira na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28).
Os adidos agrícolas são profissionais designados pelo Mapa junto às representações diplomáticas no exterior, que atuam na abertura, manutenção e ampliação de mercados para o agronegócio brasileiro identificando oportunidades de comércio, investimentos e cooperação. Podem, portanto, desempenhar um papel fundamental na apresentação do programa de recuperação de pastagens a autoridades e investidores estrangeiros.
“Divulgar o programa com estratégia é muito importante. Para nós, ele faz muito sentido, mas um interlocutor, dependendo de quem seja, pode receber de uma forma diferente. Na Europa, por exemplo, eles têm uma política de desestímulo. Aqui no Brasil, é o contrário; a gente aposta em uma agropecuária intensiva”, explica o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Mapa, Marcel Moreira, que atuou como mediador do painel.
O diretor destacou a relevância de enfatizar, no exterior, o caráter social do programa de recuperação de pastagens, bem como suas diversas condicionantes e amarras sustentáveis. “Os agricultores que vão captar os recursos serão obrigados a aplicar várias técnicas, e há diversas condições de certificação e rastreabilidade”, completou Moreira.
O secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, foi um dos painelistas e explicou como funciona o trabalho da SDI de apoio ao programa de conversão de áreas degradadas.
Ele afirmou também que o setor agropecuário já tem esse movimento de recuperar pastagens, mas que é preciso acelerar e dinamizar esse processo e enfatizou o papel dos adidos neste processo. “O programa em si é grandioso, mas carece de um suporte razoável para que o discurso possa ser mais robusto e abrangente; e para que a estratégia nacional seja melhor entendida pelos nossos interlocutores internacionais”
O painel contou ainda com a participação do presidente do comitê gestor do portfólio Amazônia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Judson Valentim, que apresentou dados potencialmente relevantes para os adidos que vão divulgar o programa de recuperação de pastagens no exterior. O pesquisador falou, principalmente, sobre a produtividade potencial da agropecuária brasileira; e sobre tecnologias desenvolvidas pela Embrapa para recuperação de pastagens degradadas.
O diretor de agronegócios do Banco do Brasil, Jaime Pinto Jr., foi o último painelista a apresentar-se e abordou aspectos técnicos de interesse de possíveis investidores estrangeiros.
Ao final do painel, adidos puderam esclarecer dúvidas sobre taxas de juros, risco, garantias e funcionamento, na prática, da captação de investimentos de entes e fundos internacionais para o programa. Informações técnicas sobre sequestro de carbono e as particularidades da recuperação de pastagens em cada bioma também foram temas de dúvidas e debates.