No Mercado Central de Belo Horizonte, um dos símbolos da capital mineira, começa a faltar outro ícone do estado: o queijo canastra, que está retido devido à greve de caminhoneiros.
As lojas estão liquidando o estoque e, se as estradas continuarem bloqueadas, os consumidores ficarão sem queijo nos próximos dias. Outros produtos, como frutas, verduras e carne, também estão em falta. Estabelecimentos relatam queda de até 50% nas vendas dos últimos dias.
Rogério Gonçalves, dono de uma loja de queijos, não recebe desde terça (22) o queijo de São Roque de Minas, na região da Serra da Canastra, o mais nobre do estado. Ele estima que terá estoque até sexta (25), no máximo. Outras variedades, como o queijo trancinha, também não chegaram.
“Eu temo não ter queijo pra vender”, diz. “O comércio já não está lá essas coisas. Ainda perdendo vendas desse jeito.”
Na loja de Kris Julião, a bandeja de morango passou de R$ 4 na segunda (21) para R$ 7 nesta quarta. “E já acabou”, ele diz. O comerciante encomendou 20 caixas e veio metade.
A redução na quantidade tem motivo: os produtos estão viajando camuflados em veículos de menor porte para driblar o bloqueio de caminhoneiros pelas estradas.
Segundo Julião, o Ceasa Minas ainda tem pouco estoque de frutas congeladas, como maçã, pera, laranja e melancia. As frutas frescas, como morango, figo e goiaba, não estão chegando.
“Não tenho mercadoria nem cliente. Se a mercadoria não chegar, vou perder a semana de vendas”, diz. Nos últimos dois dias, seu faturamento caiu 50%.
Carolina Fernandes, dona de uma loja de verduras, iria ao Ceasa Minas na sexta para reabastecer e cancelou os planos. “Não tem nada lá”, diz.
Em sua loja, faltam principalmente as verduras vindas de São Paulo, como alho-poró, alface roxa, salsão e acelga. Nos dois últimos dias, ela vendeu apenas metade do que costuma.
Em açougues consultados pela reportagem, ora falta carne de porco, ora falta de boi, mas os estoques ainda estão dando conta da demanda.
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