Os graves problemas decorrentes de conflitos armados no campo e invasões de terras em todo o Brasil, em razão da deficiência de políticas públicas de governo, e opondo os fazendeiros a movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), podem estar com os dias contados. Antecipando a suspensão da presidente Dilma Rousseff em meio ao processo de impeachment, um grupo de congressistas pertencentes à “bancada rural” da Câmara e Senado, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), num almoço realizado nesta terça-feira (26), concordou em apresentar propostas que possam beneficiar o setor da agricultura no Brasil, com o objetivo de que o vice-presidente Temer, se vier a ser empossado, tenha melhor interlocução para com os parlamentares.
Durante a reunião dos parlamentares da bancada rural, constatou-se que a bancada contribuiu favoravelmente com a maioria dos votos em prol do impeachment da presidente Dilma. O governo do PT é habitualmente mais próximo dos movimentos sociais, por questões ideológicas e pela histórica proximidade do ex-presidente Lula ao MST. Os parlamentares, dessa forma, pretendem brevemente, até mesmo nessa semana, apresentar ao vice-presidente da República, Michel Temer, um documento preparado pela Frente e entidades do agronegócio recheados de propostas para a área.
A FPA pretende que suas sugestões possam ser implementadas por um possível governo Michel Temer, que não toleraria conflitos que tragam mais instabilidade, desde que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff resulte no afastamento definitivo da atual mandatária, de acordo com o prosseguimento dos trabalhos e desfecho no Senado Federal que encaminhe para isso.
Uma das propostas mais polêmicas que será apresentada a Temer, trata-se da utilização das Forças Armadas, em nível nacional, para coibir conflitos no campo e invasões de terras. Atualmente, essas ações ficam a cargo das polícias militares dos estados. Outro tema sensível e bastante complexo, de acordo com a FPA, é a situação que envolve a demarcação de terras indígenas no Brasil.
Os representantes do agronegócio acreditam que estas medidas poderão controlar a propagação da violência no campo, que por vezes resulta até mesmo em vítimas fatais, em razão de conflitos envolvendo fazendeiros e os movimentos sociais. Não se conhece ainda qualquer reação de Temer a esta questão.