Os preços da arroba subiram de foguete atingindo os R$ 310/@ em importante regiões e deve, nesta semana, alcançar o recorde de R$ 320/@!
Uma imagem ficou clara na última semana: os preços da arroba subiram de foguete e vão continuar a decolar mais nesta semana. O cenário que, anteriormente, era de escalas confortáveis e tranquilidade por parte das indústrias, acabou se perdendo na virada do mês.
A oferta limitada de boi gordo associada à expectativa de melhora no consumo doméstico no final do ano, resultaram em aumentos expressivos nas cotações dos últimos dias.
O momento é positivo para o pecuarista que continua a pressionar e negociar pequenos lotes, fazendo com que os frigoríficos ofertem mais pela matéria prima no campo. A semana fechou com mais um recuo nas escalas de abate, trazendo otimismo e persistência no movimento de alta para a semana mais curta e pós feriado.
Quando avaliado, os dados do Cepea, apontam que a arroba saltou de R$ 257,10/@ no último dia de outubro para o valor de R$ 301,00/@, como supracitado, apontando uma valorização R$ 43,90/@ no mês de novembro – veja o gráfico abaixo, acumulando uma valorização de 17,08% no mês de novembro. Dessa forma, espera-se que os preços voltem a bater recorde nesta semana!
Segundo as negociações informadas pelos pecuaristas ao longo desta semana as negociações variam de R$ 292,00 a R$ 310,00/@. Para se ter uma ideia do tamanho da força de alta no mercado, na praça de Goiatuba/GO, pecuarista vendeu novilhas a R$ 310,00/@ com pagamento à vista e abate para o dia 22 de novembro.
Segundo a IHS Markit, a segunda semana do mês do mês de novembro foi marcada pela consolidação de um forte movimento de alta nos preços da arroba nas principais praças pecuárias do País. “A intensificação da busca por boiada gorda por arte dos frigoríficos, associada um quadro de oferta restrita, resultou em forte valorização dos animais prontos para abater”, relata a IHS.
Muitos fatores estão influenciando positivamente nos preços da arroba durante esse mês. Mas um deles se destaca de forma mais intensa: “oferta de animais para abate”. As indústrias contavam com uma melhor oferta de animais para esse período, que historicamente tem uma grande oferta de animais confinados, mas por se tratar de um ano atípico, os preços vão bater recorde!
Para se ter uma ideia da situação atual da indústria, mostrando os reais números das escalas de abate, em um momento de oferta de boi gordo reduzida essas escalas se mantêm curtas pelo país e a média nacional se encontra em 5 dias úteis, 1 a menos que na semana passada.
Mas é importante relatar isso de forma contundente e desmistificada, para que o pecuarista se atente a esses fatores e, claro, negocie da melhor forma possível os seus animais neste momento. No gráfico abaixo, onde temos o comparativo das escalas de abate – dias úteis – em relação aos preços da arroba – em reais -, é possível ver que as pontas se distanciaram e vão impactar positivamente nas negociações desta semana.
Além disso, o suporte nos preços em uma resposta positiva dada pelo consumo doméstico de carne bovina, estimulado sobretudo pela reabertura do comércio (após o avanço da vacinação contra a Covid-19) e pela entrada dos salários no início do mês. Esse cenário, somado ao feriado prolongado e a entrada do décimo terceiro salário neste fim de mês, deve manter o escoamento de carne positivo na ponta vendedora!
O foco dos produtores é tentar barganhar preços maiores visando mitigar prejuízos gerados pelas quedas acentuadas da arroba nos dois últimos meses. Lembrando que, neste cenário, muitos pecuaristas preferiram manter o gado no pasto e ou retirar do cocho aqueles lotes mais leves para tentar conter os custos, o que ajudou a criar essa lacuna na oferta de boi gordo neste momento.
Sendo assim, apoiado no movimento do lado de dentro das porteiras, onde muitos pecuaristas passaram a reter ofertas de boiadas, para estimular novos avanços nas cotações da arroba, os preços devem voltar a bater recorde nesta semana e, segundo alguns analistas, os preços devem alcançar o patamar de R$ 320,00/@ em importante praças pecuárias pelo país, principalmente em São Paulo, onde a oferta de animais é mais restrita.
O momento é de ter cautela e aproveitar a “posse da bola” nesse jogo disputado entre indústria e pecuarista. Os preços vão continuar a ser determinados pela lei da oferta e da demanda, lembrando que o maior mercado consumidor do Brasil é o brasileiro, representando 70% do consumo.
Por: Compre Rural