“Com essa decisão, tenho certeza de que, em breve, teremos o maior rebanho bovino brasileiro”, afirmou nesta segunda-feira (19) Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), ao avaliar o reconhecimento, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como zona livre de febre aftosa com vacinação a porção norte do Estado, que abrange as áreas do Arquipélago do Marajó, Baixo Amazonas e nordeste. Para ele, o anúncio, feito pessoalmente pelo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, no último domingo (18), no município de Paragominas, marca o início de uma nova fase para a bovinocultura paraense, que hoje detém o quarto maior rebanho do país, com cerca de 20 milhões de cabeças, segundo dados do próprio Ministério.
De acordo com Carlos Xavier, o Pará tem na bovinocultura de corte uma das suas mais importantes atividades econômicas, geradora de quase 500 mil empregos diretos. “Neste domingo, o ministro Antônio Andrade anunciou que mais sete Estados brasileiros, além da metade norte do Pará, estão livres da febre aftosa com vacinação. Para se ter ideia, o nosso rebanho é maior do que o de todos esses outros Estados juntos. Na ocasião, o ministro também afirmou que nós temos a maior cobertura vacinal do país, dado que certamente é fruto da consciência de produtores, governo do Estado e governo federal. Se somarmos a isso o fato de que temos inúmeras vantagens comparativas para a produção, como luz e temperatura, que permitem trabalhar o ano inteiro, e uma das maiores reservas de água doce do mundo, certamente produziremos o boi mais barato do Brasil, o que vai trazer muito mais investidores para o nosso Estado”, reiterou.
Para Francisco Victer, presidente da União Nacional da Indústria da Carne (Uniec), o aval do Ministério da Agricultura mostra que o Pará está livre não apenas da febre aftosa, mas de diversas outras doenças que atingem o gado. “Este status sanitário atesta que o Pará é, hoje, um local em que o serviço de defesa veterinário é capaz de não deixar que a doença entre no animal. A febre aftosa é emblemática, porque é uma das doenças que mais recebem atenção por parte do serviço veterinário. Mas uma certificação como essa significa dizer que aquela região tem serviços veterinários públicos e comportamento do setor privado tal, que também se pode afirmar que está livre de todas as demais doenças”, ressaltou.
Segundo Victer, agora caberá ao Mapa enviar solicitação à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para que esses Estados também sejam reconhecidos internacionalmente como livres da doença. “A partir do reconhecimento internacional, todas as limitações em torno do trânsito de animais e de produtos feitos nessas áreas cessam. Isso representará não apenas abertura de mercado, como também um grande impacto na melhoria do produto, que é o boi, e maiores investimentos na atividade, com melhor remuneração para o produtor”, destacou.
Além do norte do Pará, também foram declaradas áreas livres de febre aftosa com vacinação Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Fonte: Agência Pará