POR PHIBRO SÁUDE ANIMAL
A zona termoneutra de vacas leiteiras vai de 7°C a 21°C; nessas condições a temperatura retal dos animais ficará por volta de 38,6°C a 39°C (Naas, 1989). Porém, a cada dia, trabalhamos mais para aumentar a produção de leite das nossas vacas, e esse aumento da produção gera mais calor metabólico no animal e consequentemente uma maior suscetibilidade ao estresse térmico. Alguns outros fatores externos, além da temperatura ambiente, podem influenciar no estresse térmico do animal como umidade relativa do ar, exposição à radiação solar, velocidade do vento e etc. Por isso, o parâmetro de temperatura retal dos animais é o mais correto quando queremos avaliar se os animais estão ou não sofrendo com o estresse térmico.
Como medir a temperatura vaca a vaca não é uma tarefa prática para o dia a dia, o THI (índice de temperatura e umidade) é o índice mais aceito atualmente para mostrar se os animais estão ou não em um ambiente “estressante”. Em geral, utilizamos um THI de 68 como um limiar para o início do estresse térmico. Apesar do THI ser um índice bastante utilizado, ele apresenta algumas falhas, e por isso temos duas maneiras bem eficientes e simples de avaliar se os animais estão sofrendo com estresse térmico nas nossas fazendas:
1) Frequência Respiratória (FR) dos animais: estudos mostram que vacas com FR acima de 60 movimentos por minuto já estariam em situação de estresse térmico. E para medir é muito simples, sendo necessário apenas um cronômetro e a avaliação visual.
2) Relação verão/inverno: nada mais é do que fazer a simples divisão de qualquer índice da propriedade (ex: taxa de concepção, produção de leite, abortos e etc.) dos meses mais quentes do ano dividido pelo mesmo índice dos meses mais frios. Por exemplo, uma fazenda com taxa de concepção de 40% em julho e 20% em janeiro, terá 0,5 de relação verão/inverno. Ou seja, no verão a taxa de concepção é 50% do inverno. Este cálculo pode ser feito para qualquer variável, e quanto maior for a diferença entre as duas estações mais prejuízos o estresse térmico está trazendo para a propriedade.
Sistemas de resfriamento baseados em aspersores e ventiladores vêm sendo desenvolvidos e melhorados nos últimos anos. Os resultados de um bom sistema de resfriamento são incontestáveis, porém nenhum deles é 100% eficiente em eliminar o estresse térmico das propriedades. Uma estratégia nutricional para ajudar a minimizar os efeitos do estresse térmico vem sendo trabalhada pela Phibro Saúde Animal. Trata-se do OmniGen-AF®, fórmula exclusiva da Phibro que possui expressivos resultados no auxílio do controle do estresse térmico. Em um estudo conduzido na Universidade do Arizona/EUA, utilizando vacas em câmaras climáticas com temperatura controlada, foi mostrado que animais consumindo OmniGen-AF® tiveram aumento significativo na ingestão de matéria seca, menor frequência respiratória e temperatura retal durante o estresse térmico comparados com o grupo controle (Tabela 1), indicando que o produto pode ser um forte aliado no controle do estresse térmico.
Dados de um estudo brasileiro, conduzido pelo grupo do professor José Luiz Vasconcelos (Zequinha) na Unesp – Botucatu, mostram a mesma direção. Vacas suplementadas com OmniGen-AF® ficaram menos tempo em estresse térmico (50% menos) e consequentemente produziram mais leite (3,2 litros/dia) que o grupo controle (Tabela 2), mais uma vez comprovando que o OmniGen-AF® pode ser um importante aliado na mitigação do estresse térmico.
Um grande desafio que temos quando trabalhamos com vacas a pasto é fazer com que os animais pastejem, principalmente porque quando temos maior oferta de forragem é no período de verão, com temperaturas médias mais altas. Pensando nisso, pesquisadores da UFGD desenvolveram um estudo comparando a suplementação de OmniGen-AF® com um grupo controle (foram utilizadas vacas de meio para final de lactação mantidas a pasto). Nas Figuras 1, 2 e 3 estão os resultados. Em resumo, vacas suplementadas com OmniGen-AF® tiveram menor temperatura retal, maior consumo de pasto e consequentemente maior produção de leite.
Um grupo de vacas que normalmente é deixado de lado mas que tem grande importância quando o assunto é estresse térmico são as vacas secas. Estudos mostraram que vacas resfriadas nas últimas 6 semanas pré-parto produziram uma média de 5 litros de leite/dia a mais do que vacas não resfriadas durante toda a lactação (Figura 4).
Visto esse grande impacto do estresse térmico durante o período seco, pesquisadores da universidade da Flórida avaliaram o impacto do resfriamento e da suplementação com OmniGen-AF® durante o período seco na produção de leite na lactação subsequente. O resultado foi que vacas resfriadas e vacas suplementadas com OmniGen-AF® tiveram melhor produção de leite que vacas não resfriadas e não suplementadas (Figura 5). Isso ocorreu, provavelmente, porque assim como vacas resfriadas, vacas suplementadas com OmniGen-AF® tiveram maior número de células alveolares e proliferativas na glândula mamária (Fabris et al., 2017), mostrando novamente um grande potencial do OmniGen-AF® em auxiliar na melhora da performance de animais sob estresse térmico.
Em resumo, o estresse térmico é um grande vilão que tira a lucratividade das fazendas durante boa parte do ano no Brasil. Sistemas de resfriamento devem ser utilizados para auxiliar no controle, e a utilização do suplemento nutricional, OmniGen-AF®, é uma poderosa ferramenta para minimizar os efeitos negativos do estresse térmico e aumentar a lucratividade da propriedade.
Referências
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Fonte: MilkPoint