Boi de compra versus boi crioulo: quem dá mais dinheiro?

Projeto de seleção comparou a produção crioula da fazenda com bois comprados para a engorda. O uso de animais crioulos inclusive encurtou em 40 dias a terminação do gado da fazenda. Confira
Boi de compra versus boi crioulo: quem dá mais dinheiro?

Produzir mais arrobas de carne, gastando muito menos é o que todo o pecuarista quer nessa vida. E mais, o que é melhor: boi de compra versus o boi crioulo: quem dá mais dinheiro? Será que há algum segredo para isso? Ao que os números indicam, o pecuarista Francisco Micheloni, de Adamantina (SP), desvendou este mistério.

O produtor possui uma propriedade em Mato Grosso do Sul. É a fazenda Três Barras, que fica em Santa Rita do Pardo (MS). O município fica próximo à fronteira com São Paulo e está a cerca de 200 quilômetros de Adamantina.

Com produção de animais de corte e genética de touros, o pecuarista, mais conhecido como ‘Kiko’ viu sua produção mudar. O uso de seus touros próprios levou o pecuarista a:

  • aumentar o rendimento da carcaça: a produção vinda desses touros crioulos renderam no gancho 56,03% contra 54,88% dos bois de comprados;
  • redução de tempo de cocho: o gado crioulo foi terminado em 81 dias e o gado de compra 120 dias. A redução foi de exatos 39 dias;
  • redução por arroba produzida: enquanto a produção crioula teve um custo de R$ 206,57, a do boi de compra foi de R$ 218,74. A diferença foi de R$ 12,57 para cada arroba. Ou seja, a redução foi de R$ 276,54 por cabeça.

“Quando ouvia falar que se poderia emprenhar uma vaca aos 14 meses eu achava que era uma utopia. Assim como matar boi com menos de dois anos eu achava que era utopia, mas vi que hoje isso é a realidade”, diz Micheloni.

O produtor falou dos resultados e das transformações que sua propriedade passou no programa Giro do Boi desta segunda-feira, 6. Micheloni juntamente com o zootecnista Daniel Carvalho, diretor executivo do programa DeltaGen.

A DeltaGen é uma associação de pecuaristas que atua para melhorar a qualidade genética dos bovinos de corte. Ela reúne 54 associados e 77 fazendas espalhadas nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Pará, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão.

Medição é tudo

Associada desde 2004 ao DeltaGen, a fazenda Três Barras de Micheloni tem ganhado cada vez mais em resultados porque está quantificando todas as informações. Para Carvalho, este deve ser o princípio básico do produtor que quer elevar seus ganhos.

“A nossa premissa é meça para saber onde você está para, daí, a gente conseguir traçar para onde você quer chegar”, diz Carvalho.

Muitas informações passam pelo crivo técnico da DeltaGen, desde os dados sobre os acasalamentos, acompanhamento dos animais do nascimento à desmama. Também são avaliadas informações do pós-desmama (sobreano).

O objetivo é de fazer obter sempre animais cada vez mais jovens, com o encurtamento do ciclo. Em 28 anos, a DeltaGen conseguiu reduzir em mais de três meses o ponto ideal para o início da terminação do animal desde o nascimento.

“Queremos produzir um animal de ciclo precoce, o animal que tem um encurtamento do ciclo de produção ou seja animal que chega mais cedo ao ponto de abate”, diz Carvalho.

Confira na íntegra a entrevista:

Por: Giro do Boi

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