Carne bovina brasileira ganha espaço na indústria dos EUA, mas enfrenta tarifas e desafios

Exportações somaram US$ 1,35 bilhão em 2024, mas barreiras tarifárias ainda limitam o avanço da carne brasileira no mercado americano.

Imagem ilustrativa

O Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, gerando US$ 12,8 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Abiec. Desse volume, os Estados Unidos importaram 229 mil toneladas, movimentando US$ 1,35 bilhão, principalmente com cortes do dianteiro bovino. Apesar do crescimento, barreiras tarifárias ainda limitam o avanço da carne brasileira em solo americano.

O Brasil consolida sua posição como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo, com presença em mercados estratégicos como China, Egito, Emirados Árabes, Chile e Estados Unidos. Dentre esses destinos, o mercado norte-americano destaca-se como uma importante oportunidade de crescimento, especialmente na indústria de alimentos processados.

Em 2024, os EUA importaram 229 mil toneladas de carne bovina do Brasil, especialmente cortes do dianteiro como acém, peito, paleta e costela — todos com destino à indústria de hambúrgueres, embutidos e refeições congeladas. Trata-se de um mercado altamente técnico, que exige rastreabilidade e padrões sanitários rigorosos, mas que oferece bom potencial para os pecuaristas atentos à agregação de valor.

No entanto, essa carne não chega ao consumidor americano nas gôndolas com a marca “Brasil”. Ela é utilizada como insumo industrial, dada a estrutura de custos mais competitiva e o perfil do nosso gado, criado majoritariamente a pasto. Com carcaças menos marmorizadas, porém sem hormônios, de alto rendimento e excelente custo-benefício, a proteína brasileira cumpre um papel estratégico ao substituir parte da produção local, mais cara e intensiva em confinamento.

Apesar da abertura parcial em 2020 para carne in natura, a exportação brasileira ainda esbarra em uma cota limitada sem tarifas. Acima disso, impõe-se uma alíquota de 26,4%, o que prejudica a competitividade frente a países como México, Uruguai e Austrália, beneficiados por acordos bilaterais.

Além disso, o momento político nos EUA tem impacto direto sobre o fluxo comercial. A expectativa de uma possível mudança de governo, especialmente com nomes mais alinhados ao agronegócio, como Donald Trump, reacende a esperança por novas negociações tarifárias que favoreçam a carne brasileira. Enquanto isso, os custos da indústria alimentícia americana sobem, podendo refletir na inflação local.

Para o Brasil avançar nesse mercado, é indispensável que o produtor entenda que não se trata de um segmento gourmet, mas sim de volume, eficiência e posicionamento técnico. Cortes desvalorizados internamente podem encontrar excelente valorização nas linhas de produção industrial dos EUA — desde que atendam aos três pilares essenciais: rastreabilidade e sanidade, eficiência produtiva e parcerias com exportadoras sólidas.

Nesse cenário, o Grupo Ramax se destaca por sua atuação direta no abate, desossa e fornecimento de proteína para o mercado externo. Com investimentos constantes em estrutura e logística, a empresa reforça seu compromisso em conectar o produtor brasileiro aos maiores mercados do mundo.

Portanto, mais do que exportar carne, é preciso enxergar o papel do Brasil como peça-chave na cadeia global de proteína animal. Com rebanho vasto, experiência produtiva e sanidade reconhecida, o país pode — e deve — se posicionar como fornecedor confiável e estratégico para as grandes indústrias alimentícias globais.

Assim sendo, o futuro da carne brasileira passa pelo entendimento de mercado e pela profissionalização do campo à indústria. E o pecuarista que se posicionar agora, estará pronto para colher os frutos de um mercado cada vez mais exigente, mas também mais promissor.

Fonte: Ramax
Baseado na matéria: Notícias Agrícolas

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