Fenômeno climático preocupa produtores e revela curiosidades sobre sua formação e impactos.
A chuva de granizo, fenômeno cada vez mais observado nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, ocorre quando nuvens de tempestade entram em modo extremo, formando pedras de gelo que podem variar de tamanho e causar prejuízos no campo. Mas afinal, o que é esse gelo, como ele surge, quando aparece e por que preocupa tanto o produtor rural? Nesta matéria, o Ruralbook explica em detalhes o que, como, quando, onde e por quê esse evento climático se forma — e o que pode ser feito para reduzir seus impactos.
O que é a chuva de granizo?
Antes de mais nada, granizo é gelo — mas não qualquer gelo. É um tipo de gelo produzido dentro de nuvens gigantes, especialmente as do tipo cumulonimbus, carregadas de energia e capazes de gerar tempestades severas. Quando pequenas partículas de gelo ficam grandes demais para serem sustentadas pela nuvem, caem em forma de granizo.
Como o granizo se forma?
Dentro de uma nuvem de tempestade, o ambiente funciona como uma autêntica “fábrica de gelo”. Correntes de ar violentas empurram gotas e cristais para cima e para baixo continuamente. A água sobe, congela, cai e volta a subir, acumulando novas camadas congeladas. Assim sendo, quanto mais vezes esse ciclo ocorre, maior será a pedra de gelo formada.
Quando o granizo costuma aparecer?
Na maioria das vezes, o fenômeno ocorre em dias de calor intenso seguidos por tempestades fortes. Isso porque o calor cria grande energia na atmosfera, formando nuvens altas e instáveis, com movimento suficiente para gerar o granizo. Embora muitas vezes inesperado, o fenômeno acontece principalmente quando a atmosfera está “turbinada”.
Por que algumas pedras são pequenas e outras enormes?
O tamanho do granizo está diretamente ligado à força das correntes verticais dentro da nuvem. Quando o “elevador de ar” é fraco, surgem pedrinhas pequenas. No entanto, quando esse elevador opera como um motor potente, surgem pedras do tamanho de limões, ovos — e até bolas de bilhar. Da mesma forma, quanto mais forte a energia da tempestade, maior o risco de granizo gigante.
Onde o fenômeno é mais comum no Brasil?
O granizo ocorre em praticamente todas as regiões, mas é mais frequente no Centro-Oeste, Sul e interior do Sudeste, locais onde há contraste entre massas de ar quente e frio. Esse encontro cria condições ideais para tempestades de forte intensidade.
É possível prever chuva de granizo?
Os avanços da meteorologia ajudam — radares, satélites e modelos numéricos analisam nuvens e suas características. Apesar disso, prever o momento exato é desafiador. A formação pode ocorrer rapidamente. Ainda assim, nuvens muito altas, céu escurecido e abafamento intenso costumam ser sinais claros de alerta.
O granizo faz barulho antes de cair?
Sim. Dentro da nuvem, as pedras de gelo colidem entre si com força, gerando ruídos característicos. É literalmente “pedra batendo em pedra” lá em cima.
O que o produtor rural pode fazer?
Para o homem do campo, alguns cuidados são essenciais:
– Seguro agrícola, a fim de proteger a lavoura;
– Redes anti-granizo, principalmente para fruticultura;
– Monitoramento climático constante;
– Retirar o gado de áreas baixas quando o céu “fecha diferente”.
Apesar disso, o fenômeno continua sendo um dos maiores riscos climáticos para a agricultura brasileira.
Curiosidade final
Algumas pedras apresentam “anéis” internos. Cada camada representa uma viagem completa da pedrinha dentro da nuvem: subiu, congelou, desceu, molhou, voltou a congelar. Ou seja, esse gelo enfrenta um verdadeiro “pinga-fogo” antes de cair na terra.
A chuva de granizo impressiona pela violência e pelo impacto que causa no campo, mas carrega um funcionamento complexo e fascinante. Além disso, conhecer sua formação ajuda produtores a se prepararem melhor para enfrentar tempestades e proteger suas atividades.
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FONTES
INMET / Embrapa Clima / NOAA
Essas fontes foram utilizadas para garantir uma abordagem precisa e detalhada da matéria.
Jornalismo Ruralbook
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