O pulgão se reproduz com facilidade e rapidez, e o controle da praga é um desafio para o agronegócio
O pulgão é uma das principais pragas da agricultura brasileira por se desenvolver em temperaturas entre 10°C e 35°C, o que atinge boa parte dos cultivos do agronegócio. O animal se reproduz apenas a partir da fêmea, por partenogênese, o que torna o controle dele um desafio nas lavouras.
Sendo vetor de um vírus que atinge as plantas, a presença do inseto facilita a incidência de outras doenças e mantém uma relação de mutualismo com as formigas. O pulgão ainda pode desenvolver resistência contra defensivos agrícolas à base de organofosforados e carbamatos.
Em condições ideais, o ciclo total de vida do pulgão dura 20 dias, e uma fêmea é capaz de gerar até 80 novos animais. Sem o manejo adequado ao longo da safra, em menos de seis meses um único inseto pode gerar uma população de mais de 1 bilhão de pulgões, o que é suficiente para destruir por completo uma plantação.
O que é pulgão?
O pulgão, conhecido como afídeo ou piolho de plantas, é um inseto que mede até 5 milímetros, tendo várias tonalidades e podendo viver em diferentes temperaturas. Existem 1,5 mil espécies do inseto que acatam diversos tipos de lavouras. Ele parece um pequeno besouro, sem casca, mas com olhos e pernas aparentes.
O pulgão entra nas lavouras com a ajuda de materiais vegetais contaminados e se dispersa rapidamente por estar sempre se movimentando. O inseto se multiplica com maior facilidade em condições de altas temperaturas e baixa umidade, característica climática do centro do Brasil, região que é a principal produtora de grãos.
Essas pragas são perigosas porque se alimentam da seiva das plantas e produzem toxinas açucaradas, substâncias que atraem formigas, as quais protegem os pulgões de inimigos naturais e facilitam o aparecimento da fumagina, um fungo de coloração escura que impede o crescimento vegetal. O parasita também é vetor de mais de 100 tipos de vírus.
O que o pulgão faz com as plantas?
O pulgão prefere o verso inferior das folhas, sobretudo das mais jovens, de onde podem sugar mais nutrientes da planta, retardando o crescimento vegetal e provocando outros danos, como o engruvinhamento das folhas. A praga favorece a ocorrência de doenças, seja por transmissão direta de vírus, seja a partir das lesões provocadas na planta.
O parasita ataca com maior facilidade os cultivos sob estresse hídrico ou nutricional em diversas lavouras de importância econômica, como soja, milho, café, cana-de-açúcar, algodão, trigo, tubérculos, frutas e folhas. Cada tipo de cultura tem uma espécie de pulgão predominante, embora o mecanismo de ação deles seja semelhante.
Como eliminar o pulgão?
A eliminação do pulgão é realizada a partir do manejo integrado de diversas táticas, como:
- controle biológico – realizado com o uso de inimigos naturais, como joaninhas e crisopídeos, que são capazes de reduzir drasticamente a população do pulgão, pois se alimentam da larva até o inseto adulto;
- cobertura do solo – materiais como palha de arroz, capim seco e plástico dificultam a mobilidade dos pulgões que voam, reduzindo as picadas de espécies migrantes e a transmissão de vírus;
- sementes sadias e com resistência a viroses – as mudas produzidas em locais protegidos com telas antiafídeos ou melhoramento genético aumentam as chances de uma lavoura sem a ocorrência dos insetos;
- adubação correta – evitando o excesso de nitrogênio;
- irrigação adequada – para inibir o estresse hídrico da planta, deixando-a menos propensa ao parasita;
- eliminação de plantas daninhas – o sorgo e o capim-elefante podem se tornar hospedeiros dos pulgões;
- inseticida – a pulverização do insumo à base de nim e a aplicação de óleo mineral ajudam a controlar a praga.
Fonte: Syngenta Digital, Consul, Revista Cultivar, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)