Controle biológico na pecuária – Novas tecnologias que vieram para ficar

Devido às nossas condições climáticas, geográficas e ao nosso manejo de produção animal a pasto, a verminose, no Brasil, está presente em 100% do rebanho nacional. Nesse contexto, entre todos os parasitas que acometem nosso rebanho, os nematoides são responsáveis por 90% das perdas econômicas em ruminantes. O prejuízo anual, apenas em bovinos, devido às altas cargas parasitárias de nematoides, ultrapassa a casa dos USD $7 bilhões (Grisi, 2014).

Mesmo dentro desse cenário de perdas alarmantes, por muitos anos, a verminose foi menosprezada. Com isso, há décadas, os prejuízos causados pelos vermes são cada vez mais evidentes e preocupantes, gerando baixos índices zootécnicos e óbito de animais em diversas regiões.

Tentando minimizar esse prejuízo, nos últimos 20 anos, diversas moléculas foram desenvolvidas a fim de eliminar a verminose nos rebanhos e garantir uma maior produtividade dos mesmos. Porém, até mesmo as mais modernas ou com maior concentração não foram suficientes para contornar o problema. A utilização incorreta desses vermífugos, seja por sub-dosagem ou por frequência inadequada de aplicação, gerou um problema ainda maior: a resistência dos vermes às diversas moléculas existentes no mercado. Tal resistência, dependendo da espécie e da molécula utilizada, pode variar de 40 a 90% e tornar o problema ainda maior.

Dessa forma, os vermífugos químicos perderam seu espaço no combate aos vermes, não apenas pela alta resistência dos parasitas às moléculas, mas também pela crescente preocupação com a segurança alimentar da população mundial. Sendo assim, alternativas precisavam ser criadas para contornar os prejuízos na produção de alimentos de origem animal. Baseadas nisso, diversas pesquisas científicas e diferentes metodologias, como manejo nutricional dos animais, manejo de pastagem, seleção de animais resistentes e controle biológico foram desenvolvidas com intuito de controlar a carga parasitária e incrementar a produção animal. Entre eles, o controle biológico mostrou maior eficiência e assertividade nessa proposta. Com sua ação mecânica ou seus metabolomas 100% natural e seguro, os diversos controles biológicos voltados à pecuária ocupam, cada vez mais, uma posição de destaque no mercado.

Atualmente, além do combate à verminose, o controle biológico também tem trazido bons resultados no controle a outros parasitas dentro da pecuária. São as “novas” tecnologias que vieram pra ficar. Assim como na agricultura, o controle biológico se faz cada vez mais presente dentro da nossa pecuária, trazendo excelentes resultados, maior produtividade, maior segurança alimentar e abrindo mercados consumidores. É a sustentabilidade e o ecologicamente correto na mesa de todos nós, expandindo nossas fronteiras e fortalecendo nossa economia. É o agro brasileiro buscando sempre o seu melhor.

Fonte: Mundo Agro Brasil – Paola Gabarra

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