Na quarta-feira (28) foi negativa aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Depois de iniciarem a sessão próximas da estabilidade, as cotações do cereal ampliaram as perdas ao longo do dia e encerraram o pregão com desvalorizações de mais de 6 pontos. O vencimento março/17 era cotado a US$ 3,48 por bushel e o maio/17 a US$ 3,54 por bushel. O setembro/17 operava a US$ 3,69 por bushel.
Segundo dados das agências internacionais, o mercado exibiu um movimento de realização de lucros após a recente valorização. Ainda nesta terça-feira, os preços da commodity apresentaram ganhos entre 8,50 e 9,25 pontos, uma alta de mais de 2%.
“Estamos nos três últimos pregões do ano. Isso leva a alguns movimentos exagerados nos mercados, em ambas as direções”, disse o analista da Linn & Associates, Terry Linn, em entrevista à Reuters internacional.
Do lado fundamental, os investidores ainda acompanham o desenvolvimento da safra na América do Sul, especialmente na Argentina. E, segundo o site Soybeans & Corn Advisor, as chuvas nos últimos dez dias no país contribuíram para recarregar a umidade do solo.
Outro fator que também contribuiu para a formação desse cenário foi a firmeza do dólar no cenário internacional. “Um dólar mais forte adicionado ao sentimento de baixa, pois teoricamente pode tornar os grãos dos EUA menos atraentes a outros compradores”, destacou a Reuters internacional.
Mercado brasileiro
No Brasil, a quarta-feira (28) foi novamente um dia de pouca alteração aos preços do milho praticados no mercado doméstico. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais praças pesquisadas não registraram referência.
Apenas em São Gabriel do Oeste (MS), o preço subiu 1,85%, com a saca a R$ 27,50. No Porto de Paranaguá, a cotação permaneceu estável em R$ 36,00 a saca do cereal. Segundo ponderam os analistas, os negócios caminham lentamente essa semana devido às festas de final de ano.
E a perspectiva é que os negócios sejam retomados com maior intensidade a partir da segunda semana de janeiro. Paralelamente, os especialistas já alertam que os preços do grão podem ceder no início do ano em meio à colheita da safra de verão, que pode superar 30 milhões de toneladas de milho nesta temporada.
Além disso, alguns produtores terão que vender o grão, ainda armazenado, para liberar espaço para a safra de soja. Esse também é um fator negativo e que pode pressionar as cotações do cereal, ainda conforme destacam os analistas.
Somando a esse quadro, os participantes do mercado ainda acompanham os dados sobre as exportações brasileiras. No mês anterior, os embarques do cereal totalizaram 961,4 mil toneladas, bem abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 4,75 milhões de toneladas.
No acumulado da temporada, de fevereiro a novembro de 2016, os embarques do cereal totalizam 16,39 milhões de toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Já no mercado futuro brasileiro, os preços do milho subiram pelo 2º dia consecutivo. Nesta quarta-feira, os principais contratos do cereal ampliaram os ganhos e encerraram o pregão com valorizações entre 0,03% e 1,57%. O março/17 era cotado a R$ 35,85 a saca e o maio/17 a R$ 35,55 a saca. Apenas o janeiro/17 apresentou leve queda, de 0,63%, cotado a R$ 38,06 a saca.
Mesmo diante da forte queda registrada no mercado internacional, as cotações encontraram suporte no câmbio. O dólar fechou o dia com alta de 0,21%, negociado a R$ 3,2805 na venda. O dia foi marcado pelo baixo volume de negócios e, segundo a Reuters, “se sobrepondo à notícia de que o presidente Michel Temer vai vetar parcialmente o projeto de lei que trata da dívida dos Estados com a União”.
Fonte: Notícias Agrícolas