A companhia deixou de realizar na segunda-feira (16/9) o pagamento de uma parcela dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) emitidos junto à Vert Securitizadora há dois anos.
Com isso, a securitizadora declarou o vencimento antecipado automático de todas as obrigações decorrentes da emissão.
Em 2022, o Agrogalaxy emitiu R$ 500 milhões em CRAs, lastreados em debêntures não conversíveis, com vencimento em 2027.
No fim do segundo trimestre, a dívida líquida do grupo já atingia R$ 1,5 bilhão.

Em meio ao agravamento da crise financeira da distribuidora, mudanças corporativas significativas atingiram a liderança do Agrogalaxy. Axel Labourt, o, até então, diretor-presidente do grupo no Brasil, renunciou seu cargo nesta terça-feira (18/9). Segundo fato relevante divulgado ao mercado, Eron Martins, diretor financeiro, foi o escolhido para substituir o CEO.

No total, seis membros do Conselho de Administração também renunciaram seus cargos: o ex-presidente Welles Pascoal, antecessor de Labourt; Mauricio Luís Luchetti; Eduardo de Almeida Salles Terra; Benildo Carvalho Teles; e Larissa Yastrebov Pomerantzeff.

Um analista ligado ao segmento avalia que a saída de Welles Pascoal é a que mais pesa para o mercado, não só pela experiência e pelo tempo de trabalho no Agrogalaxy, mas também porque o executivo voltou à empresa em junho do ano passado, quando ganhou a alcunha de “velho novo CEO”.

O momento já era crítico devido à situação financeira da empresa, e a entrada de Pascoal, na época, era para dar credibilidade e rever a estratégia do negócio, acrescentou o analista. Na saída dele, Axel Labourt assumiu em março deste ano e ficou apenas seis meses no cargo.

Mesmo depois de deixar a presidência, que era para ser temporária, Pascoal continuou como membro do Conselho de Administração, cargo que também renunciou hoje, com efeito imediato, segundo o fato relevante divulgado pela empresa.

(Matéria em atualização)

Por : Camila Souza Ramos
Fonte: Globo Rural