Expo2020Dubai: exposição no Pavilhão Brasil mostra evolução do agronegócio no País

Atualmente, Brasil é o 3º maior exportador de comida do mundo, servindo mais de 200 países.

Neste mês de fevereiro, o Pavilhão Brasil, que ocupa um espaço de mais de 4 mil metros quadrados na Expo 2020 Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), traz uma mostra multimídia sobre a história do agronegócio no País, que passou por uma revolução no setor desde os anos 70, passando de país importador de alimentos como carne e arroz para o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo.

A mostra chama a atenção para a preocupação do Brasil com a produção sustentável e ressalta a imagem do País como protagonista na função de alimentar o mundo, com qualidade, segurança e cuidado com a preservação ambiental. Esta reputação tem potencial de alcançar uma média de 10 mil visitantes por dia no Pavilhão Brasil, que está entre os 5 mais visitados da Expo. Quase 1,3 milhão de pessoas passaram pelo espaço brasileiro, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), desde outubro do ano passado.

“Esta exposição é uma oportunidade para o Brasil mostrar a revolução que fez nos últimos 50 anos. Nem todo brasileiro sabe – que dirá o mundo — que o País, na década de 70, importava carne da Rússia, além de arroz etc. Isso pesava muito no bolso das famílias brasileiras, principalmente dos menos favorecidos. E além de tudo a carne chegava aqui congelada, ou seja, não era de tão boa qualidade. E hoje o Brasil exporta para cerca de 200 países e alimenta praticamente 1 milhão de pessoas. Essa história tem que ser contada, porque é uma grande conquista, que foi alcançada usando nossas universidades, nossos pesquisadores, muita inovação e muita ciência”, afirmou o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Fernando Camargo. “A principal mensagem que o agro brasileiro tem passado é que o Brasil é uma potência, e consegue exportar para mais de 200 países conservando o meio ambiente”, completou.

O Comissário-Geral do Brasil junto à Expo2020Dubai, Elias Martins, ressaltou que o Brasil é o principal exportador de carne de frango e frutas para os Emirados Árabes Unidos. O País é uma fonte de produtos agrícolas para esta região. “Exposições como esta deixam claro que o Brasil faz tudo isso de forma sustentável. E ainda temos condição de expandir mais o que produzimos de forma sustentável e responsável, sem agredir o ecossistema, mas baseado em tecnologia, inovação e criatividade, com o apoio de órgãos como a Embrapa e das suas unidades orientadas pelo MAPA”, disse.

A exposição

Ao chegar no andar térreo do Pavilhão Brasil, o visitante avista seis domos que lembram “ninhos de passarinho”. Eles formam “ilhas” temáticas suspensas na água que rodeia o edifício simulando um rio onde os visitantes podem molhar os pés. Uma passarela “flutuante” conduz o visitante por cada um dos domos, que trazem um foco diferente dentro do guarda-chuva do agronegócio: sustentabilidade, inovação, sabores, a grandeza do país, dados de exportação. Em cada domo há, de um lado, telas com vídeos que apresentam informações sobre o tema. Do outro, telas interativas onde o visitante faz um quiz sobre o que foi relatado no vídeo, com quatro perguntas e três alternativas.

No segundo andar do edifício, um corredor é atravessado por uma espécie de espiral composta por telas que apresentam imagens que remetem ao agro. Na parede do lado esquerdo deste corredor, há a linha do tempo do agronegócio no País, mostrando a evolução na produção, na legislação e na tecnologia. Na parede direita, são enumeradas as boas práticas na agricultura empregadas no País em prol do meio ambiente. Há ainda um mapa com os produtos exportados por cada região do País. E também um gráfico que mostra o aumento da produção de alimentos desde 1979 a 2020, que cresceu 406%, passando de 50 milhões de toneladas para 257 milhões no período.

“Me interessei em visitar o Pavilhão Brasil com minha família porque eu tinha uma ideia da riqueza do País em recursos naturais. O que mais gostei de ver foi o quanto o País está investindo na proteção ambiental”, disse a médica do Sudão Samah Mansur, de 42 anos, que estava com o marido e o casal de filhos conhecendo a mostra brasileira.

Em lua de mel em Dubai, o casal Marcela Menezes, 35 anos, e Igor Queiroz, 37, passeava pelo pavilhão brasileiro. “Achamos que uma das atrações legais de Dubai seria a Expo 2020 Dubai. Gostei que o pavilhão brasileiro traz muitas coisas sobre sustentabilidade e meio ambiente”, contou Queiroz, cientista da computação. “Acho importante a gente mostrar ao mundo as características da nossa economia e o quanto o Brasil acrescenta globalmente. Acho bem legal”, opinou Marcela, que é engenheira.

Atraída pela água e a possibilidade de molhar os pés, a inglesa Amelia Arnott, de 12 anos, convenceu a mãe, a professora Chris Arnott, 44 anos, a entrar no Pavilhão Brasil. “Eu não sabia nada sobre o Brasil”, disse Amelia. “Eu tenho uma amiga brasileira, o que aumentou minha curiosidade de conhecer mais sobre o País”, explicou Chris.

Histórico

Ao passar pela exposição, o visitante do Pavilhão Brasil aprende que, quando os portugueses chegaram ao País, em 1500, a população nativa já cultivava milho e mandioca, ainda hoje matéria-primas de várias comidas tipicamente brasileiras. Em seguida, em 1516, foi introduzida no Nordeste do País a plantação de cana-de-açúcar. E 300 anos mais tarde, em 1822, ocorreu a expansão das plantações de café. O crescimento da industrialização e a diversificação da economia brasileira começou em 1930.

O meio ambiente já era uma preocupação desde 1934, quando foi instituído o primeiro Código Florestal brasileiro, estabelecendo as florestas que deveriam ser completamente protegidas e as que poderiam ser exploradas. Atualizado em 1965, o Código estabeleceu que propriedades rurais deveriam ter áreas de preservação ambiental permanentes, além de reservas florestais legalizadas. Em 2002, o Código Florestal atualmente em vigor foi promulgado, com regras para a proteção da vegetação, áreas de preservação permanente, e reservas legais.

Os anos 70 foram um marco para a modernização da agricultura brasileira, quando o Brasil se transformou em um dos maiores produtores de grãos e carnes do mundo. Foi nesta década, em 1973, quando foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente, o primeiro órgão federal dedicado exclusivamente à preservação da natureza.

Atualmente, o Brasil é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, servindo mais de 200 países. A agricultura brasileira hoje é diversificada, e produz mais de 1 milhão de toneladas por ano. Os produtos vão de frutas (como açaí, abacaxi, maçã etc) a proteína animal, grãos, raízes, carnes, algodão.

Entre as boas práticas apresentadas na mostra está o compromisso do País de empregar esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, assumido na COP15, em 2009, em Copenhagen. Já em 2011, o governo brasileiro criou o Plano Nacional para a Redução de Emissões de Carbono na Agricultura (Plano ABC), visando incentivar a adoção de tecnologias para maior produção de grãos e menor emissão de carbono. A recuperação de áreas degradadas tem o potencial de aumentar a produção através de um maior estoque de animais, melhora da forragem e mitigação da emissão de carbono.

Outra estratégia de produção sustentável empregada pelo País são os sistemas integrados de agricultura, pecuária e silvicultura. Pesquisas conduzidas em várias regiões do Brasil indicam que a integração de sistemas contribuem para a preservação da qualidade do solo, conservação de água, melhora da performance do animal pelo aumento do conforto termal, mitigação do efeito estufa e avanço na sinergia entre as espécies de planta e criação animal.

Outra prática apresentada, e uma das principais responsáveis pelo crescimento da agricultura brasileira nas últimas décadas, foi o sistema de plantio direto, que contribui para a conservação do solo e previne erosão, além de favorecer a preservação da água.

A mostra no Pavilhão brasileiro destaca ainda a tecnologia de fixação de nitrogênio biológico. O nitrogênio é um elemento essencial para a nutrição das plantas, e a falta dele é uma das limitações de solos tropicais e subtropicais. Com o nitrogênio biológico, é possível converter o nitrogênio da atmosfera de forma assimilável pelas plantas. Além de reduzir os custos, protege o meio ambiente, ao aumentar a matéria orgânica no solo e reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, um esforço que o Brasil tem feito para conter o aquecimento global é a dispensa correta de restos animais que emitem gás metano – uma das principais causas do efeito estufa.

Expo 2020 Dubai

A Expo 2020 Dubai é uma exposição universal, evento itinerante que ocorre a cada cinco anos, em que a maior atração são os pavilhões dos países participantes. Esta edição ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, desde o dia 1º de outubro de 2021 até o dia 31 de março de 2022. A expectativa é atrair 25 milhões de visitantes de todo o mundo com o intuito de explorar inovações, ideias, avanços científicos e tecnológicos. Reunirá diversos setores, tais como empresas privadas, ONGs e instituições governamentais, todas destinadas a discutir negócios, tecnologia, urbanismo, sustentabilidade, ciências, cultura, gastronomia e economia.

ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos (ApexBrasil) é a responsável pela organização do Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai. Ela atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos, apoiando atualmente cerca de 15.000 empresas em 80 setores da economia brasileira. Também já atendeu mais de 1.300 investidores e mais de 118 projetos no valor de US$ 23 bilhões em investimentos anunciados no Brasil.

O portfólio de serviços da agência vai desde a preparação de inteligência de dados de mercado para conectar o investidor a autoridades de alto nível, oferecendo soluções para diversos setores da economia. A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual conta com mais de 120 escritórios no mundo, e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores e entidades de classe.

Fonte: ApexBrasil

Por: Noticias Agrícolas

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