As exportações de gado em pé, após um ano difícil em 2015, vêm melhorando neste. Nos oito primeiros meses, o país embarcou 175 mil animais vivo, 69% mais do que em igual período do ano passado.
O setor ainda sente a crise venezuelana, país que era líder em importação e que praticamente desapareceu das estatísticas brasileiras.
Com a saída da Venezuela de cena, os exportadores foram em busca de novos mercados. A Turquia é a grande vedete no momento, liderando as compras de gado vivo no Brasil. Já o Vietnã, a grande promessa.
Pelo menos 58% do gado vivo exportado pelo país de janeiro a agosto deste ano foi para a Turquia. Líbano e Iraque também estiveram na liderança nas importações de gado brasileiro.
Gastão Carvalho Filho, da Boi Branco, diz que essa retomada é boa para todo o mercado e para a economia do Pará, principal exportador.
Primeiro porque estudos indicam que o setor teve de se profissionalizar, o que significa ter uma pecuária mais eficiente e mais competitiva em relação a outros exportadores mundiais —Austrália, Canadá, Nova Zelândia e França.
Além da eficiência, o produtor tem renda maior porque os preços da arroba de boi melhoraram. Essa melhora permite a busca de uma rentabilidade melhor em áreas menores.
O aumento da utilização de áreas, com a colocação de mais animais por hectare, diminui a pressão da pecuária sobre o desmatamento do Estado, destaca Carvalho.
Outro dado importante é que nos últimos dez anos foram exportados 3,2 milhões de cabeças de gado, sem que tenham sido noticiados casos de doenças nos animais que saíram do país, segundo ele.
Mas a importância da exportação de gado em pé não fica restrita aos pecuaristas do Pará.
Quanto maior a exportação pelos paraenses, maior é a sustentação de preços do gado nos grandes Estados produtores como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O rebanho do Pará é muito superior à demanda de carne do Estado, e as exportações desviam a colocação dessa carne do mercado interno para o externo.
Carvalho diz que a competição com outros exportadores —todos países de ponta na produção de gado— obriga à melhora da pecuária brasileira.
Energizando o mercado A evolução da produção de energia eólica no país começa a movimentar também outros setores da economia, principalmente o de transporte de componentes de regiões industriais para as de produção da energia.
Vento nos portos O Tecon Salvador —Terminal de Contêineres do Porto de Salvador, administrado pela Wilson Sons— é um dos que aumentam o volume de cargas na operação de equipamentos para a construção de parques eólicos no Brasil.
Carga pesada Destaque no transporte de cargas de projetos (de grande dimensão), o Tecon Salvador deverá entregar 14 mil toneladas de produtos eólicos até março próximo para o parque eólico de Santa Vitória do Palmar (RS). O material sai da Acciona, em Camaçari (BA).
Fonte: Folha de São Paulo