por Gabriela Borsari
O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) já é bem difundido, mas poucas vezes ouvimos no uso do feijão nesse sistema. O uso de rotação de culturas traz muitos benefícios ao solo, desde o aumento da fertilidade até a diminuição da ocorrência de invasoras, doenças e pragas.
Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Sérgio José Alves, o feijão é uma excelente opção de cultura para este sistema oferecendo grandes ganhos em rendimento. A escolha do feijão pode trazer um “bônus”, pois é uma cultura exigente e acaba se beneficiando desta diversificação.
Há ainda outras vantagens destacadas pelo pesquisador: possibilidade de utilização de pastagens de elevado potencial produtivo e qualidade; produção facilitada de forragem e possibilidade de ter alimentos disponíveis para os animais o ano inteiro; conservação dos recursos naturais; racionalização no emprego de mão-de-obra e maior eficiência do uso de adubos, máquina e implementos; o uso dos produtos agrícolas no arraçoamento ou o aproveitamento de resíduos agrícolas para alimentos animal; produção de carne e leite de alta qualidade e de forma competitiva, etc.
Por ter um ciclo curto, o feijão é altamente responsivo às melhorias ambientais e com épocas de plantio bem definidas. É um alimento com grande consumo interno, um saco de feijão vale três ou quatro vezes um saco de soja. A produtividade do feijão aumenta conforme a aplicação correta do manejo de ILP e contribuição para fertilidade do solo.
Para o cultivo do feijão é necessário praticamente os mesmo equipamentos de outras culturas, o que gera menos investimento por parte do produtor. Um item importante nesta cultura é a colheita, que hoje é mecanizada, outra questão relevante é a escolha da semente. Sem contar a época do plantio, controle de doenças e pragas, tudo conta para ter sucesso na cultura do feijão.
No Ministério da Agricultura há 307 cultivares de feijão registradas, com distintos hábitos de crescimento, porte de planta, ciclo e reação às doenças e condições climáticas e adaptação a diferentes épocas de semeadura.
Uma dúvida frequente neste sistema é a entrada de animais nas áreas agrícolas e uma possível degradação ambiental, mas os animais consomem forragem e por isso deixam menos palha para o plantio direto. O pisoteio dos animais também compactaria o solo, o que facilitaria o uso do sistema.
Fonte: Rural Centro/Agroedital