2.750 toneladas estavam em um armazém há seis anos sem medidas preventivas.
A provável causa da explosão desta terça-feira (04.08) no porto de Beirute (Líbano) foram cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio – elemento básico para a fabricação de fertilizantes químicos. “Até agora, mais de 4.000 pessoas ficaram feridas e mais de 100 morreram. As nossas equipes continuam as operações de busca e salvamento nas áreas circundantes”, informou a Cruz Vermelha libanesa em comunicado enviado à imprensa.
De acordo com o primeiro-ministro libanês Hassan Diab, “é inadmissível que um carregamento de nitrato de amônio, estimado em 2.750 toneladas, esteja em um armazém há seis anos, sem medidas preventivas”. Falando durante reunião do Conselho de Alta Defesa do país, o chefe de governo considerou o caso “inaceitável e não podemos permanecer calados sobre esse assunto”, segundo citou seu porta-voz em entrevista coletiva.
Além de ser ingrediente ativo de fertilizantes agrícolas, o nitrato de amônio também é utilizado como um componente de explosivos. “Não descansaremos até encontrar a pessoa responsável pelo ocorrido para que preste contas”, prometeu Diab.
Reinaldo Bazito, professor e doutor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), disse em declarações à CNN que o nitrato de amônio é “um dos principais fertilizantes utilizados na agricultura. No entanto, ele tem uma característica que pode fazê-lo explodir em determinadas circunstâncias. Ele precisa de uma iniciação. É seguro para uso na agricultura, com precauções. Não é como a nitroglicerina, não explode sozinho. O problema não é a quantidade, é a condição de armazenagem do nitrato”.