1ª parte – Prof. Dr. Claudio Martins Real – Med. Vet. Homeopata
Para bem compreender a Homeopatia e seu papel na história da medicina, há necessidade de retornarmos ao tempo em que ela foi criada.
No século XVIII, os recursos médicos em uso eram muito limitados e causavam mais mortes do que curas. A ideia dominante de que a causa das doenças estava nos líquidos do organismo, fez com que os médicos passassem a tratar seus pacientes com purgações e sangrias sucessivas que, com freqüência, os levavam a morte.
A história registra a morte, na ponta do bisturi sangrador de alguns personagens célebres, entre estes:
– George Washington, 1º presidente dos Estados Unidos
– Cavour, 1º ministro e unificador da Itália
– Leopoldo II imperador da Áustria morto após 4 sangrias em 24 horas.
Esta precária situação fez com que o médico, Samuel Hahnemann (1755-1843), com clinica em Dresden, Alemanha, abandonasse o exercício da profissão. Como falava e escrevia fluentemente cinco idiomas, Hahnemann, para sustentar sua família, dedicou-se então a tradução de obras médicas.
Dotado de excepcional inteligência, conhecimento e curiosidade cientifica, ingeriu, sem estar doente, uma porção de quinino. Este medicamento que ainda hoje é utilizado no tratamento da malária, provocou em Hahnemann um surto febril semelhante ao encontrado em pacientes com essa doença. Desta forma Hahnemann constatou em si próprio que alguns medicamentos curam doenças que têm os mesmos sintomas que são capazes de provocar no individuo sadio.
Estava assim redescoberta a lei terapêutica sob a qual se baseia toda a cura realizada pela Homeopatia, a denominada Lei dos Semelhantes, “Similia Similibus Curantur” (o semelhente é curado pelo semelhante). Trata-se de uma lei natural de cura já conhecida na Antiguidade, (Hipócrates 400 AC).
Para esclarecer a forma de aplicação dessa lei veja-se um exemplo simples:
Para tratar um paciente com diarréia, um médico alopata, que segue a Lei dos Contrários “Contraria Contraribus, Curantur”, usará medicamentos antidiarréicos que estanquem a diarréia, enquanto que, em Homeopatia o médico homeopata , usará medicamentos que quando experimentado no homem sadio provocaram um quadro de diarréia com sintomas semelhantes aos do paciente.
Para evitar a ação tóxica dos medicamentos, Hahnemann passou a usá-los diluídos em álcool e entre uma diluição e outra, agitava a diluição um número determinada de vezes (sucussões) procedimento esse que chamou de ‘dinamizações’.
A repetição dos mesmos sintomas, quando usado o mesmo medicamento em lugares diferentes permitiu “montar o retrato” (patogenesia) de cada medicamento experimentado. Cada “retrato” possui características próprias da ação do medicamento e sinais objetivos de todo o organismo.
O modo de preparo (diluir e dinamizar medicamentos) peculiar da Homeopatia, promove um reagrupamento molecular do diluente (solução hidro-alcoólica), que é característico de cada medicamento. Este rearranjo capta a energia existente na substância original que foi diluída e dinamizada, tornando-a uma cópia virtual.
O medicamento homeopático, quando administrado de acordo com a Lei dos Semelhantes, exerce, através da energia produzida e liberada pela dinamização, um efeito energético benéfico ao nível do organismo independente da causa da doença.
A construção e desenvolvimento de aparelhos cada vez mais sofisticados e sensíveis, capazes de detectar a ação dos medicamentos homeopáticos; a comprovação experimental da homeopatia em animais que não se “sugestionam”; o despertar ecológico com medo crescente da poluição e dos efeitos colaterais dos remédios alopáticos têm impulsionado a Humanidade no sentido de uma Sociedade mais justa voltada para a Natureza; projetaram a Homeopatia neste início de século, como a grande arma contra as doenças, tornando-a, sem a menor dúvida, a Terapêutica do futuro, a medicina do século XXI.
Fonte: Real H