A pecuária brasileira está fechando 2013 com recordes importantes. No segmento de corte, o país encerra o ano com produção de 9,5 milhões de toneladas de carne e exportação de mais de US$ 6 bilhões, volume destinado a 150 países em todos os continentes. Em leite, a oferta interna é superior a 32 bilhões de litros, mantendo o país entre os maiores produtores mundiais.São números muito expressivos, não restam dúvidas. Mas, a melhor notícia é que há espaço para produzir mais e com resultado econômico superior para todos os elos da cadeia, a começar pelos pecuaristas de corte
e produtores de leite.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na média, as propriedades pecuárias trabalham com cerca de 1 UA (unidade animal por hectare). É pouco. Dobrar esse indicador é perfeitamente possível. Temos conhecimento e tecnologia disponíveis para isso. Mas, para implanta-las, é preciso investir em genética (raças bovinas como as zebuínas que se adequam às condições brasileiras), em nutrição de qualidade, incluindo nesse quesito a necessária recuperação das pastagens, e em manejo sanitário. Tudo aliado à gestão profissional e mão de obra capacitada.Esse compromisso é coletivo e todos os agentes ligados à produção de carne bovina e de leite devem trabalhar para essa finalidade. As entidades de classe também devem ter participação ativa nesse processo.
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) faz a sua parte. Entre várias iniciativas, a entidade desenvolve um importante programa de melhoramento genético (PMGZ), que contribui para o contínuo aprimoramento das raças zebuínas, base do rebanho nacional. Realiza a Expozebu e a Expogenética as duas mais importante mostras da pecuária nacional, promove o Pró-Genética, programa que amplia a oferta de touros melhoradores para os pequenos criadores, possibilitando o acesso desses à genética de qualidade superior. Treina e capacita seus colaboradores e colaboradores dos seus associados (em 2013 são mais de 7.000 participantes), e gerencia o Brazilian Cattle, plataforma da exportação de genética zebuína para outros países de clima tropical.
Produzir mais e melhor não é um conceito etéreo. Em última análise, estamos falando em aumentar a oferta de carne vermelha e leite, duas proteínas animais da mais absoluta prioridade para a população brasileira e mundial. Aliás, a FAO, órgão da Organização das Nações Unidas para a alimentação, diz que até 2050 o mundo tem mais que dobrar a atual produção global de 50 milhões de toneladas de carne bovina e de 600 bilhões de litros de leite somente para atender à demanda por proteína vermelha naquele ano. Tudo isso, com respeito ao meio ambiente.
A própria FAO atribui ao Brasil papel preponderante nesse cenário e ressalta que o nosso país tem de dobrar a produção atual de carne bovina e leite para que o mundo seja abastecido em 2050.
A pecuária brasileira aceitou esse desafio e faz a sua parte. O contínuo melhoramento genético do rebanho nacional, estimado em 207 milhões de cabeças, está na base da evolução da produtividade, que possibilita a obtenção de melhores indicadores ano após ano. Os resultados de 2013 comprovam que estamos no caminho certo. Mas esse é um compromisso de cada um de nós.
Fonte: Dinheiro Rural