Milei eleito na Argentina: como fica o agro? E o Brasil?

Presidente eleito chegou a criticar os principais parceiros comerciais

Imagem: Pixabay

O candidato da extrema-direita Javier Milei venceu o peronismo e é o novo presidente da Argentina, mesmo tendo perdido o primeiro turno. Milei teve mais de 55% dos votos e derrotou o ministro da economia de Alberto Fernandez, Sérgio Massa.

Em uma campanha marcada por declarações consideradas polêmicas, Milei chegou a citar o agronegócio e também sua relação com alguns dos principais parceiros de negócios da Argentina, como a China e o Brasil. Há cerca de um mês, o agora presidente eleito havia afirmado que não faria negócios com “comunistas” ao mesmo tempo em que chamava Lula de “comunista furioso”, a fala também contemplava a China, que é um dos grandes importadores de produtos argentinos.

“Eu sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não entram aí. Os chineses não entram aí. [Vladimir] Putin não entra aí. Lula não entra aí. Queremos ser o farol moral do continente. Os defensores da liberdade, democracia e diversidade e da paz. Nós do Estados não vamos promover nenhum tipo de ação com comunistas e nem socialistas”, indicou em entrevista ao norte-americano Tucker Carlson.

Sendo o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, qualquer ato na Argentina pode afetar diretamente a economia brasileira. Outra declaração importante do novo mandatário seria a necessidade de “eliminar o Mercosul”, pois ele entende que o bloco prejudica seu país. Recentemente, no entanto, o candidato então colocou panos quentes na situação, dizendo que não interferiria nas negociações do setor privado.

“Sobre as mentiras [de] que eu digo que não devemos comercializar com a China ou o Brasil, [isso] é falso. É uma questão do mercado privado e do Estado não tem porque se mede, porque cada vez que se mete gera corrupção”, disse.

O agronegócio argentino, segundo a Bloomberg, foi um dos grandes apoiadores do liberal na corrida presidencial. Milei prometeu que reduziria os impostos de exportação e também permitiria que os agricultores vendessem suas safras onde quisessem.

Uma das principais propostas de Milei para esse cenário é adotar o dólar como moeda principal na Argentina, mesmo modelo usado agora no Equador. Herdando uma inflação que ultrapassa os 130%, o agora presidente pode usar o fortalecimento do agronegócio para alavancar a economia, ou se tornar mais competitivo com o Brasil.

Por: Agrolink

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