A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pediu aos bancos públicos e privados “que não apertem” a mão nas exigências de garantias na hora de conceder crédito ao produtor rural conforme as regras do Plano Agrícola e Pecuária 2015/2016. Em discurso nesta sexta-feira (4/9), durante a cerimônia de inauguração oficial da Expointer, em Esteio (RS), ela disse que o governo fez o mais difícil, que foi garantia a oferta de recursos.
Neste ano, o Plano Safra aumentou a oferta de recursos em 20% quando comparado com o anunciado para a temporada 2014/2015. O volume total anunciado foi de R$ 187,7 bilhões. No entanto, diante da atual situação econômica do país, as taxas de juros ficaram mais altas e representantes do setor produtivo reclamam que as instituições financeiras estão mais exigentes na liberação do crédito.
“Queremos fazer um pedido aos bancos. Nós compreendemos que o momento é de crise, mas não pesem a mão nas exigências de garantias, como tem sido feito”, disse Kátia Abreu, citando, inclusive, o Banco do Brasil, principal agente financeiro do setor agropecuário. “Que os bancos possam continuar sendo nossos parceiros”, acrescentou.
Mesmo cobrando o setor bancário, Kátia Abreu fez uma boa avaliação do ritmo de liberações de empréstimos. Segundo ela, nos últimos dois meses foram 20% a mais que no mesmo intervalo em 2014. No entanto, quando se compara o acumulado do ano, o resultado é 4% menor. “Estamos em franco crescimento no desempenho do financiamento de custeio do agronegócio. O que temos que melhorar é o financiamento dos investimentos”, afirmou.
Em entrevista coletiva após a cerimônia, a ministra reforçou o apelo aos bancos e descartou qualquer possibilidade de haver corte de recursos do Plano Safra 2015/2016. Ela destacou que os produtores rurais são “clientes tradicionais”, um dos motivos pelos quais, segundo ela, “não procede” a exigência maior das financeiras.
Crise política
A ministra da Agricultura negou que os problemas políticos enfrentados pelo governo estejam atrapalhando a relação do Ministério da Agricultura com o Congresso Nacional. Segundo ela, os projetos relacionados ao setor agropecuário têm encontrado “muito apoio” do parlamento.
Questionada sobre uma possível fusão da pasta com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, diante do plano do governo federal de reduzir o número de ministérios, Kátia Abreu disse que o assunto “nunca foi tratado”.
Fonte: Revista Globo Rural (portal). 04/09/2015