Oficina sobre criação de abelhas sem ferrão é ministrada em Belém – Embrapa

Técnicos de extensão rural do Instituto Peabiru e agricultores familiares do assentamento Abril Vermelho participam juntos da Oficina de Meliponicultura “Conhecendo as abelhas nativas sem ferrão”, que a Embrapa Amazônia Oriental realiza até sexta-feira (24), em Belém. A formação faz parte do projeto Meliponicultura & Educação Ambiental, que desta vez, reuniu os agentes multiplicadores e público final, os agricultores, garantindo um treinamento mais participativo, aliando teoria à pratica, em benefício direto para a sociedade.

Foto: Ronaldo Rosa
Foto: Ronaldo Rosa

O pesquisador Cristiano Menezes, responsável pelo projeto, explicou que embora sejam oficinas distintas, elas se complementam. Pois, para os técnicos do Peabiru, serão cinco dias de oficinas, de segunda a sexta, no intuito de aprimorar as habilidades para a transferência de tecnologia, levando o fruto da pesquisa da Embrapa, direto às comunidades de agricultores atendidas pelo instituto. Enquanto que os assentados participam apenas de dois dias, da oficina de sensibilização para a meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão. “Nesse curso decidimos unir os dois públicos, os multiplicados e os agricultores, para enriquecer a formação e torná-la mais interativa”, afirma Cristiano.

Experiência que está senda aproveitada pela engenheira florestal Paula Vanessa Silva, gerente de projetos do Instituto Peabiru. Paula conta que o projeto faz o acompanhamento e extensão rural em cinco reservas agroextrativistas no arquipélago do Marajó e outros 11 assentamentos na Região Metropolitana de Belém. “Para o Peabiru, a criação de abelhas nativas é estratégica, pois perpassa por vários temas a serem trabalhados nas comunidades, como educação ambiental, ecologia das espécies e os serviços de polinização, além de organização social”, afirmou.

Paula lembrou ainda que ao iniciar a discussão sobre abelhas nativas, muitos agricultores se surpreendem com a utilização desse inseto não só para a produção de mel, mas para a polinização de frutas de demais plantas. “Para muitos agricultores, as abelhas sem ferrão ainda são novidade e conhecem apenas o manejo da abelha apis, com ferrão. Essa formação vai nos aproximar da Embrapa e suas tecnologias, como também qualificar nossa atuação junto às comunidades”, comentou.

A agricultora Tereza de Jesus Miranda sabia muito bem qual o interesse dela no curso, que é de aproveitar as abelhas sem ferrão na polinização dos pomares e garantir aumento da produção e, é claro, da renda da família. Ela conta que possui no assentamento Abril Vermelho uma área com consórcio de frutas, entre elas, o cupuaçu, o açaí e o cacau. “Viemos em busca do curso para inserir o manejo das abelhas no lote pensando na produção de frutas e se a venda do mel puder gerar renda, será um benefício extra”, argumenta.

Na oficina, técnicos e agricultores são apresentados a teoria e prática sobre ao manejo das abelhas, com temas que vão desde a biologia dos insetos, modelos de caixas de criação, transferência e divisão de colmeias, alimentação, além de colheita e pós-colheita do mel. As atividades ocorrem dentro de um grande laboratório a céu aberto instalado na sede da Embrapa, em Belém, conhecido como Meliponário Iratama.

O projeto Meliponicultura &Educação também atua na utilização das abelhas sem ferrão para a conscientização ambiental de crianças e adolescentes em parceria com o projeto Embrapa&Escola, no qual recebe visitas monitoradas, previamente agendadas, de alunos dos ensino fundamental e médio, nas trilhas lúdico-pedagógicas do Meliponário Iratama. 

 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Fonte: Embrapa

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