Pará e Bahia estão empenhados em garantir a valorização da produção cacaueira, que sofre com os preços baixos com que o produto é vendido no Brasil. Isso se deve, principalmente, à política de importação de cacau, que estaria prejudicando o produtor brasileiro. O assunto foi debatido na sexta-feira, dia 8 de março, durante um encontro que reuniu representante dos dois estados, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Carlos Vaz, e o diretor da Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac), Helinton Rocha. ‘É preciso que se encontrem medidas que se possam valorizar a produção brasileira e encontrar um preço justo’, defendeu o titular da Secretaria de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, que participou da reunião representando o Pará.
Segundo ele, as indústrias chegam a importar cacau pagando R$ 80 a arroba, enquanto internamente pagam R$ 55 ou R$ 60. ‘Então, não há nenhuma razão para desvalorizar’, afirma Hildegardo. Ano passado, o quilo do cacau era vendido a R$ 5,50 ou R$ 6 reais e hoje estão pagando R$ 3,50. ‘Então é preciso que o País tenha uma política capaz de pelo menos criar uma isonomia, uma vez que produtores de fora estão mandando os seus produtos para cá e os produtores brasileiros estão desvalorizados. Nós queremos condições de competitividade’, completa.
O Pará produziu, ano passado, algo em torno de 70 mil toneladas. ‘A gente espera na safra 2013 alcançar as 100 mil toneladas’, enfatiza o secretário de agricultura. De acordo com ele, o Estado vivencia uma crescente na produção do cacau, que é uma atividade ambientalmente adequada, que fixa o homem na terra e gera uma renda fixa.
Entre as propostas apresentadas está o estabelecimento de preço mínimo para a venda do cacau, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e a revisão da política de importação. ‘Não faz sentido eu importar cacau quando eu tenho uma produção aqui que está sendo depreciada’, ressalta Hildegardo. O secretário revela que o Brasil importa entre 70 e 100 mil toneladas do produto.
O Pará é o segundo maior produtor de cacau, atrás apenas da Bahia. Segundo Hildegardo, 90% do que é produzido aqui é processado na Bahia. Existe um projeto para atração de investimento para implantação de uma indústria no Estado também.
Fonte: jornal O Liberal (dia 9 de março de 2013, sábado, caderno Poder, página 5)
Foto: Carlos Sodré (Agência Pará)