Paralisação da John Deere em Horizontina pode ser de até cinco meses

Foto: Divulgação

Durante esse período, a John Deere fornecerá uma ajuda de custo correspondente à diferença entre o valor da bolsa de qualificação, financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e o salário líquido do contrato; confira

Após negociações entre a John Deere e o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Horizontina e Região, ficou estabelecido que a fábrica da John Deere em Horizontina, localizada no Noroeste do Rio Grande do Sul, entrará em período de paralisação que pode durar até cinco meses. O acordo foi aprovado por uma maioria expressiva, com 876 dos 991 votantes na assembleia de trabalhadores.

Os termos do acordo envolvem a suspensão temporária dos contratos de trabalho, através do sistema de layoff, visando a qualificação profissional dos colaboradores. Durante esse período, a empresa fornecerá uma ajuda de custo correspondente à diferença entre o valor da bolsa de qualificação, financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e o salário líquido do contrato. Além disso, os empregos serão garantidos pelo mesmo período de suspensão dos contratos, abrangendo os mais de 1,7 mil trabalhadores da fábrica.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Jorge Luís Ramos, “Se o pessoal não aceitasse o acordo, teria 300 demissões agora. Assim, todos preservam os empregos, retornam após a parada, e a tendência é retomar a produção. A empresa também precisa dessa mão-de-obra comprometida.”

Essa paralisação, que tem previsão de iniciar no próximo dia 25 de março, repercute especialmente no meio rural, visto que a John Deere é uma empresa chave no setor agrícola. A situação levantou preocupações durante a Expodireto, onde o presidente da Cotrijal, Nei Manica, alertou para a possibilidade de que outras empresas do setor enfrentem desafios semelhantes.

Marcelo Lopes, diretor de Vendas para o Brasil da John Deere, explicou que as atividades serão retomadas após ajustes e manutenção nas plantas agrícolas do grupo, localizadas em Horizontina, Montenegro e Catalão (GO). Ele ressaltou que esses ajustes visam adequar a produção à demanda atual, mas também incluem investimentos para ampliar a capacidade de produção, em resposta à crescente demanda no setor agrícola brasileiro. Lopes também reconheceu a possibilidade de novas demissões, mas destacou que também há espaço para contratações, dependendo das flutuações do mercado. “É algo que é muito sonoro”, afirmou.

A John Deere reiterou seu compromisso com o Brasil ao destacar os investimentos em capacidade de produção e desenvolvimento de produtos. Recentemente, a empresa anunciou a construção do primeiro centro de desenvolvimento de tecnologia no Hemisfério Sul, em Indaiatuba (SP), além da expansão do centro de distribuição de peças. Esses investimentos refletem a confiança da empresa no crescimento contínuo do setor agrícola brasileiro.

Escrito por Compre Rural.

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