Em um ano cercado de incertezas, a pecuária passa por um cenário morno nos cinco primeiros meses de 2018. Enquanto a arroba tem sofrido baixas em diversas regiões do país, o preço do bezerro tem reagido.
No entanto, o cenário de alta na categoria é um movimento sazonal e deve permanecer até meados de junho, de acordo com a analista Lygia Pimentel, da Agrifatto. “O bezerro costuma ter um aumento de preço no início do ano, quando a capacidade de suporte das pastagens ainda está alta. Mas, com a entrada da seca, os pecuaristas costumam se desfazer desses animais e com isso a oferta cresce e as cotações recuam”.
A entrada da seca também deve provocar o crescimento da participação de fêmeas no abate, o que causará uma escassez na oferta de animais jovens nos próximos dois anos, característica do ciclo de alta na pecuária. “Teremos um novo apagão de bezerros em 2020. E a oferta será ainda mais restrita dessa vez”, destaca a analista.
Lygia acredita que a intensificação do sistema produtivo e os constantes investimentos em tecnologia contribuirão para que a escassez de bezerros no mercado seja maior do que no último “apagão”, em 2015/16. “A redução da idade de abate faz com que o giro seja mais rápido, agilizando também a necessidade de compra de reposição. A relação de troca boi gordo/bezerro tende a piorar ainda mais com o passar dos anos”.
Em relação às expectativas para 2018, Lygia acredita que o aumento da oferta em decorrência da entrada da seca deverá pressionar as cotações nos próximos meses e a arroba só deve se recuperar em meados do segundo semestre, podendo chegar a R$ 150 em outubro.
Fonte: Portal DBO.